Quem é Carmen?
Apenas um personagem, tal como Alberto? Ou seria Carmen todas as mulheres de J. P. Cuenca?
Pouco importa. Não faz sentido querer saber respostas para perguntas menores depois de se ter lido Corpo Presente e ter visto pela ótica muitas vezes canhestra do autor, histórias saborosas de muitas Carmens que vivem em Copacabana, ou em qualquer outra parte onde haja alguém muito atento para radiografa-las.
Muitos olharão com desdém para ele, outros com entusiasmo espetaculoso, mas ninguém poderá fingir que aos vinte e cinco anos, nascido no conforto da classe média carioca, há um escritor maduro e de estilo. João Paulo Cuenca senhores, fazendo par com outros tantos jovens escritores, já tem seu lugar reservado nas empoeiradas prateleiras da literatura. E ninguém dirá que literatura só pode ser feita em livros, pois esse moço já a fazia desde seu aclamado blog, o Folhetim Bizarro.
Corpo Presente é livro para se ler de uma única vez. Nele, se desnuda um jovem escritor sem preconceitos, que revela suas entranhas, ainda que inventadas.
Senhoras e senhores o escritor está nu. Naturalmente nu, como só é bela a nudez. Da primeira a última página, é possível seguir o caminho de sulcos abertos na pele em desenhos disformes, feitos por ele mesmo, o amante de Carmen.
John, eu vou reavaliar o que te disse há dias em uma de nossas muitas conversas. Minha geração não é tão estéril quanto eu imaginava e há algo de novo sim, sob a chuva das repetições requentadas.
Serviço:
Corpo Presente - João Paulo Cuenca. Editora Planeta, 2003.
Inventado por: Henrique Neto às 18:41 | Link |
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