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São Paulo - Brasil
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20031128
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Meninos que não traem
Ô menina bonitinha, eu continuo o mesmo menino apaixonado, viu.
Sigo a vida prestando atenção em sutilezas,
lendo entrelinhas, desvendando silêncios,
separando as coisas em camadas e
tentando não encaixotar nenhum sentimento útil.
Cheguei para a vida com alguns defeitos de fabrica
e ela não cuidou em me chamar de volta para um recall.
Os outros meninos também são assim - eu sei -
só que eles disfarçam bem.
Em meio a tudo isso, menina,
receio apenas não ser honesto comigo
e justo com o que passa.
Porque tudo nessa vida passa
para bem ou para o mal.
Mas também não vou pedir esmola
nem migalhas de sua atenção,
pois um menino também se humilha e a tudo suporta,
porém nesse tudo, menina, só não cabe a palavra traição.
Inventado por: Henrique Neto às 16:54 | Link |
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20031122
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. voraz
Me escreveu dia desses fazendo um pedido
dizia em sua carta para eu negar todo amor que houve entre nós
só para acalmar o namorado novo.
Esqueça disso meu bem,
não se apaga o passado usando borracha
e ainda que se tente, o papel carregará consigo (para sempre)
a memória da palavra impressa pela força da mão.
Perguntei se ele a fazia feliz e lhe tratava bem
ela vacilou com uma frase semi-pronta qualquer,
algo como: "a felicidade nunca é completa"
ou coisa parecida.
Me contou da viagem que faria
dos queridos distantes, da palavra deixada no jornal
e dos meninos que não lhe compreendem nunca.
Sorriu disso tudo e disse sentir-se gratificada.
Coisas da vida - pensei.
Quis saber se ainda lembrava de mim
e se, assim como eu, às vezes também chorava de saudades.
Abstraiu com perguntas vagas sobre o tempo,
o noticiário da tv e disse não entender
porquê não mais somos já que estávamos tão bem.
Eu bem que te avisei - precipitada - como me entregaria
mas você veio me deixar completamente fora de órbita
sem entender como me acostumaria
com a ausência da tua pele.
Por que eu decorei cada centímetro do teu corpo, viu!
E ainda agora consigo fechar os olhos e te ver bem aqui
perto do coração voraz.
Inventado por: Henrique Neto às 16:55 | Link |
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20031120
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Coxinha engordurada
Festa é uma ocasião especial, disso sabemos. É quando nos preparamos para comemorar um fato especial ou celebrar uma data importante e por isso, precisamos estar incutidos do sentimento de celebração para podermos festejar. Aqui em São Paulo, porém, algumas festas têm um sentido um tanto distinto do conceito clássico, a começar pelo nome: "evento". Ora, mas o que seria esse tal evento?
Evento é um coquetel organizado para um fim específico - lançamento de um novo produto, apresentação de resultados/metas ou alguma outra chatice do mundo corporativo - onde pessoas de uma mesma empresa se vestem de forma cafona, para se empanturrar de mini salgadinhos afogados na gordura, tomar vinho vagabundo, suar feito um porco dentro do paletó e dar risadinha das piadas cretinas contadas pelo mala do departamento financeiro.
É no evento que corremos o risco de esbarrar a todo instante com os mais escrotos habitantes do escritório. Aqueles que a gente evita encontrar até no café, pois já são excessivamente inconvenientes sóbrios, imaginem com umas doses de Cidra Cereser nas idéias. Por fim, evento é uma espécie de festa com a função de nos lembrar que em algumas situações, nada melhor que estar em casa descalço vestindo um confortável samba-canção.
Porém, como o mundo está afogado na cretinice da convivência social, somos "obrigados" a participar destes suplícios apenas para dizer aos carentes de plantão: hei, estou aqui! Vim nessa porcaria - ainda que contrariado - só para lhe causar a ilusória impressão de que eu realmente me importo com você.
Esse martírio todo tem um nome: política. Por que hoje em dia não adianta só falar quinze idiomas, dominar o computador, ter quatro MBAs e quatrocentos anos de experiência na área. Você também tem de aprender a ser dissimulado.
Inventado por: Henrique Neto às 16:57 | Link |
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20031118
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Orgulho de ser Brasileiro - com B maiúsculo
Ontem no Canto da Ema, assisti a um show que ficará registrado na minha memória por muitos anos.
Dominguinhos (sanfona), Chico Cesar (triângulo) e Lenine (zabumba) formaram um trio em prol de uma causa muito nobre: ajudar D. Neusa, viúva de Jackson do Pandeiro, que está passando dificuldades. Os músicos, técnicos e a casa reverteram toda a renda para essa alegre senhora que não merece passar por tal situação.
Me deu orgulho de ser Brasileiro - e Brasileiro do Nordeste - ao ver no palco três grandes artistas de nossa música, de gerações e estilos distintos empenhados e solidários em ajudar ao próximo e fazer sorrir.
Para além da solidariedade do ato, o show não deixou ninguém parado. Tocou-se de Jackson do Pandeiro a sucessos da música popular nordestina, além, claro, de algumas composições do Lenine e do Chico Cesar.
Senhoras e senhores, vou dormir agora porque estou pregado de sono, mas antes de sair do micro escrevo diante dos seus olhos: ontem o Brasil foi maior.
Salve Jackson do Pandeiro!
Salve Luiz Gonzaga!
Salve a música do Brasil!
Inventado por: Henrique Neto às 17:00 | Link |
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20031115
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. Seu nome era Flávia
A moeda corre pelo chão imundo do banheiro da rodoviária. A derradeira moeda caindo estrategicamente dentro do ralo. O café da manhã de Flávia. Seu ultimo trocado. Agora só sobrou a passagem de ida para Maceió. Flávia não consegue se equilibrar sentada na privada. Teve uma noite difícil, batalhou para conseguir o dinheiro da passagem e uns trocos para comer no caminho. Flávia não sabe porquê esta indo para Maceió. Não sabe do que foge, mas ainda assim segue.
Dopada de sono, Flávia enfia a mão na água podre do ralo, o frio lhe faz gelar a espinha. Ela chafurda a lama em busca da moeda, não pode perdê-la por nada. Flávia sente fome. Faz noites que não dorme direito, da ultima vez que tentou, acordou queimada com ponta de cigarro na sola dos pés. Flávia tem se deitado para conseguir dinheiro.
Saiu da casa dos pais em Belford Roxo sem trazer nada. Uma mochila com duas mudas de roupa e um agasalho, Flávia não entende porquê foge. Sabe apenas que precisa tentar sua vida longe, onde ninguém possa importuná-la. Seus pais não entenderam nada, nem um bilhete de despedida ela deixou, nenhuma briga para justificar a ida, apenas a ausência inesperada.
Flávia pensa em morar no mar, levar uma vida simples e neste conceito de "simplicidade" cabia, inclusive, viver de favores. De carona em carona, descobre que as coisas são bem piores que imaginava, mas não se resigna. Pensa no conforto que deixo para trás e na estrada que ainda falta para chegar. Sabe que tudo tem um preço e está disposta a correr riscos. Tem medo apenas que roubem o crucifixo de ouro que sua avó lhe deu pouco antes de morrer. Flávia é filha única.
Ela fuma compulsivamente. Só pára quando o cigarro acaba ou falta quem lhe dê. Ela odeia filar cigarro dos outros, mas o vício maldito impede de resistir. Fez seu pai queimar uma grana comprando mais um desses milagres anti-tabagismos vendidos pela tv. Pura perda de tempo.
Agora tenta se esquecer dos perigos da estrada para continuar pedindo carona. Flávia se lembra de seu namorado. Pensa em quanto o amou e ri satisfeita. Planeja viver mudando de cidade em cidade até se aclimatar em alguma definitivamente.
Da boleia do caminhão, vê passar a vida em câmara lenta. Flávia adora paisagens. Três dias depois deu na manchete do jornal: Jovem é encontrada morta à beira da BR 101. Próximo ao corpo a polícia encontrou uma mochila com algumas roupas, um crucifixo de ouro e documentos da vítima. Seu nome era Flávia.
Inventado por: Henrique Neto às 17:03 | Link |
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20031111
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"(...) O Brasil não pode levar adiante essa hipocrisia de aplaudir a saída de Fernando Gabeira do PT, premiar a música de Marcelo D2 e acusar Luana Piovani por apologia da maconha. Estou com ela para o que der e vier. Topo, inclusive, visitas íntimas na cadeia, se esse for futuramente seu desejo."
Tutty Vasques em sua coluna de no mínimo,
sobre a declaração de Luana Piovani.
Inventado por: Henrique Neto às 17:08 | Link |
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20031108
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. presentes
Ganhei e não consigo parar de ler.
Inventado por: Henrique Neto às 17:10 | Link |
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20031106
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. presente
Amanhã, ou hoje dependendo de quando você ler isso aqui - 7 de novembro para facilitar - é o meu aniversário.
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2634
01402-000 - Jardim Paulista
São Paulo/SP
Pode mandar os presentes para este endereço.
Sim, são 27 carnavais. As interessadas devem mandar currículo com foto anexa e medidas de busto, cintura e ancas para o endereço acima.
Inventado por: Henrique Neto às 17:11 | Link |
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20031105
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. resenha
A resenha que escrevi aqui sobre o livro do J. P. Cuenca - Corpo Presente (Ed. Planeta) - foi parar lá o site dele.
Inventado por: Henrique Neto às 17:13 | Link |
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20031103
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O Bando de Maria
São Paulo, segunda-feira 00:15min. - 3/11/2003.
Inventado por: Henrique Neto às 17:20 | Link |
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. você conhece?
Quem sou eu, que tanto já vivi?
Quem sou eu, pergunta fundamental que todo mundo sabe fazer
mas ninguém ousa responder?
Quem sou eu que mudo de casa, cidades e vivo correndo para toda parte,
quem sou que nasci em outro século e vi nascer este?
Quem sou eu, homem feito, que chora,
quem sou eu, filho do amor,
quem sou eu, eterno apaixonado,
quem sou eu e meus olhos imensos,
quem sou, ave da noite, cão da madrugada,
filho do breu, fugitivo da luz, morador do sereno?
Quem, que vê a vida assustado,
revê o passado em pequenas doses,
olha o mundo e se encolhe de medo,
mergulha de cabeça no desafio,
segue sozinho com as próprias pernas
e briga feito gente grande?
Quem?
Me diga você, então
que me assiste da sua janela.
Me diga você que já me conhece de antes
do tempo em que nem eu me conhecia
de quando pensava ser só um rascunho.
Me diga, por favor.
Me diga quem é esse ser que habita em meu corpo
franze os olhos para melhor enxergar
visita entes queridos e não chama para si o peso das coisas.
Você conhece?
Inventado por: Henrique Neto às 17:18 | Link |
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. do lado de cá da linha
E quando é que a gente vai se ver de novo nega? Que dia você passa por aqui para me tirar o sossego, me fazer perder a linha e viajar contigo em ideias inusitadas. Sim, só com você eu tenho idéias errantes e soltas como vaca de paisagem e casa de janela fechada.
Daqui a quatro dias são vinte e sete e nem parece que já passou isso tudo. Foi dia desses que eu te vi sambando e magnetizado, perguntei alguma coisa cretina que até fiquei com vergonha de mim, não foi? Sou assim mesmo, tomado dessa espontaneidade dos infernos. Careço de elegância, mas... É uma das formas que encontrei para driblar a timidez.
E você nem bebia, lembra? Hoje disputamos para saber quem agüenta mais ou perde primeiro a noção. Eu tenho ganhado, mas não por muito tempo. Sou fraco até para beber, mas quer saber? Tanto faz. É bom perder às vezes (imagino). É você quem me tira do meu normal, me faz pensar que as coisas são mais leves, me ensinou a comer brócolis e diz que eu tenho sinais em partes inoportunas do corpo. Fiquei pensando nessa coisa das "parte inoportunas do meu corpo". Achei de certa forma lírico.
Precisamos marcar o jantar com a turma, eles ainda não conhecem lá em casa. Sei, sou relapso mesmo, um traste desorganizado, mas também pudera, com você me ocupando todos os pensamentos, lá ia sobrar espaço para datas e fatos? Eu gosto de esquecer a data, acho mais espontâneo e natural. Não fico limitado a lembrar das pessoas que eu gosto somente no dia vinte e três de fevereiro, ou em dezessete de outubro. Me lembro sempre que der vontade. Você não é assim também nega?
Inventado por: Henrique Neto às 17:15 | Link |
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