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20050127



Mini-certezas


No dia em que Camilla Delvechio deixou o bilhete derradeiro em minha casa, abandonei um pacote de mini-convicções: vendi o papa-gaio, paguei a ultima parcela do IPTU, comprei mexerica na feira e fui visitar minha avó que mora lá na Vila Brasilândia. Tudo isso, claro!, para mostrar que eu estava bem e nada havia mudado.

Por que um homem de brio e barba bem escanhoada, jamais admite uma perda. Menos ainda quando tem um ser de cara raspada na outra ponta da história. Os pragmáticos darão a isso o nome de 'chifre', ja eu prefiro 'perda' para a coisa não parecer tão rude. Contudo, para além da questão estética, Camilla Delvechio foi embora para outras paragens, e a essa hora arruma seus parangolés na gaveta de outrem.

Camilla Delvechio era meu norte e apesar de não ser chegada nas artes da cozinha, tinha um incrível senso estético na escolha das estampas de minhas cuecas de seda (sim, cara radiouvinte, a estampa da cueca diz muito de seu dono). Possuía também, um jeito muito seu de fazer cálculos, que logo foi apurado com requintes que estavam mais para o circense que para o cartesiano. Seu humor matinal beirava o inverossímil e a forma oblíqüa como dizia 'obsoleto', me fazia rir a cada pronúncia.

Numa mesma semana, Camilla se foi junto com todas as minhas economias. Mais desgraça que essas, só se eu batesse o carro ou recebesse uns parentes do interior que viessem passar férias em minha casa. O mundo anda mesmo complicado, já me dizia àquele senhor que conserta fogões. 'Daqui à pouco serão os postes quem mijarão nos cachorros'. O desalento me dava impulso para desenvolver minha verve de filósofo de boteco.

Saí de casa sem muitas certezas e fui caminhar na Paulista. Somente depois de ter comprado um maço de cigarros, é que me dei conta que não fumava. Desviando de mendigos, bicicletas, cachorros cagões e das lembranças de Camilla Delvechio, finalmente cheguei à Consolação. Lá me senti mais seguro e vi que nem tudo estava perdido, pois apesar de tantos ais, na fachada da livraria Belas Artes ainda se podia ler em letras garrafais: aberta todos os dias do ano.



Inventado por: Henrique Neto às 23:18 | Link |

20050125



Presença


Suponha que eu não seja tão feliz quanto você imagina. Suponha agora que eu ainda morra de saudades, e que meus dias são divididos entre o tempo que passo ou não pensando nela. Isso posto e todas as presunções que advenham desse pensamento mastigado, saiba que eu, aqui vertido em palavras, ainda sofro demais pensando. Apesar dos onze anos idos. Depois desse tempo todo, ainda não entendi, aceitei, contemporizei ou pelo menos soube localizar esse fato. E com você não será diferente. Saiba. Não quero contudo dizer que é só tristeza, saudades e mini-depressões. Não. Mas não utilizo subterfúrgios simplistas para disfarçar a dor. Deixo a dor doer e sigo minha vida. Ora disposto, ora alegre, mas a sombra leve da sua presença não me deixa. Nunca me deixou. Você já teve a impressão de estar sendo seguido ou observado? Já? Pois é assim que me sinto. Sempre. Não chega a pesar, mas conta. Com você deve ser o mesmo, mas por outras razões as quais você sequer consegue dar nome. Entende agora do que falo? Melhor.

Saiba ainda que tenho comigo uma certeza, por mais que eu ande, essa dor não se apartará de mim. Um fado triste, ora direis. Não sei se daria esse nome, mas o que dissestes tu passa bem perto e isso é um fato. Admito com certa resignação. E quer saber? Faz bem admitir fraquezas. Beira a redenção.

Ia escrever um texto alegre, recheado de humor hermético e piadas privadas, mas umas doses extras, uma chuva que não cessa e a saudade que não sai, me levaram para outro lado. Cá estou no banheiro, computador de colo, banhado até os ossos de chuva e a dúvida se vou a Cabo Frio ou Guarujá. O que no fim dá no mesmo, visto que agora estou acompanhado dela.



Inventado por: Henrique Neto às 22:23 | Link |

20050119



Das buscas, pipocas que estouram sem fazer barulho e pessoas que usam o suicídio como fuga


Aquilo foi como morrer. Tinha o senso do perigo, tinha o frio na barriga, tinha curiosidade pertubadora e a vontade de chegar lá em baixo. A visão derradeira, as cenas em flash-back, pessoa apreensivas em volta e a certeza incorrompível de ter tomado um caminho sem volta. Aquilo era sim a morte. Com funeral e tudo. Tudo agora de mim dependia. O cume, o olhar dos que ficavam e o verde-imã do mar. Eu sabia que um impulso bastava.

Eu sabia que um impulso bastava, um impulso e o fim do marasmo, um impulso e estava eu no ar em ato explícito de queda livre. E de repente era água chegando, e o pescoço tenso, e o corpo em arco, e a água em gelo e o mar. Por fim o mar. E eu estava livre sem saber, num mar onde se quer sabia nadar. E eu não sabia, como quase nunca sei.

E eu não sabia, como quase nunca sei. Sou tomado dessas ignorâncias que trazem paz, dessa alienação necessária, desse estado de não saber nada nem esperar qualquer porvir. Eu sou o momento. Esse agora que empurra teclas para baixo. esse que gruda olhos na tela fria e desperta dúvidas nos sentidos dos que acaso lêem. O momento. Sem objetividade ou pseudo-intenções. Ter só o agora como norte. É bom não planejar.

É bom não planejar. Amanhã não sei se estarei. Estou agora. Íntegro, em plena ebulição, em deliberado ato de ser esse estado de coisas. Sem buscar deus ou mesmo Deus – o todo tenebroso. Nada busco além de sono tranqüilo, água fresca, pão honesto, pé descalço e quem sabe você, nega, para rainha do meu carnaval. Mas deixo fluir, deixo estar, ando de coletivos, contemplo paisagens e outras abstrações. Nada além do que se vê.

Nada além do que se vê. Só a cara se enfiando na água, o corpo retesado reconhecendo a água fria, a alma se banhando, os orixás me banhando, eu voltando ao começo, um bater de pernas, um flutuar sem fim, retornar à praia, uma determinação que não era minha e na cabeça um mantra. Eu não sei nadar.

Eu não sei nadar, e esse mar é fundo, eu não sei nadar e a praia é longe, eu não sei nadar e o sol brilha em minha cara, eu não sei nadar e viver faz diferença, eu não sei nadar e minha história apenas começou, eu não sei nadar há peixes grandes passando por mim, eu não sei nadar e à noite tem festa, eu não sei nadar e ontem vi discos voadores, eu não sei nadar e quantas mulheres ainda há por conhecer, eu não sei nadar e na praia me esperam, eu não sei nadar mas só saio daqui quando quiser.

Eu não sei nadar mas só saio daqui quando quiser. E sei que o mundo é grande demais para gente pequena como você, a moça que vê novela e eu. O tempo é longo para pessoas pequenas. Os saltos são rápidos para quem tensiona apreciar paisagens. Não deve haver qualquer graça em suicídios – subterfúgios supérfulos, imediatismos hedonistas – e entre o parto e a morte, há infidáveis dias de: elucubrações, auto-sabotagens, brigas em filas de supermercados e pipocas que estouram sem fazer barulho.



Inventado por: Henrique Neto às 22:35 | Link |

20050109



Flickr

Que mané fotolog, me'rmão. O negócio é flickr. Flickr. Entendeu?

Fotolog é coisa de desocupado ou filho de presidente (redundante, não?).

Inventado por: Henrique Neto às 10:18 | Link |



Colombina


Deixa eu pintar o meu nariz
deixe que de mim sei eu - não a audiência
diga que resolvi pular o carnaval antes que ele acabe
pular como só sabem os felizes.

Deixa que eu, pierrot dos últimos dias,
não me dê conta de suas intenções sutis
e sinta só no momento em que te buscar na ausência da casa
nos hiatos dos dias, nos cafés requentados.

Vá. Se esse for seu querer
diga aos amigos que ficamos bem
dissimule os fatos e fale do casual, mas não admita
ainda que sobe tortura ou força bruta.

Siga vivendo porque depois dos confetes
(quando a música se acabar e eu tropeçar entre restos)
no instante em que tirar da cara o sorriso
vou lembrar que nunca fosse minha colombina.



Inventado por: Henrique Neto às 09:12 | Link |

20050102

Seja bem-vindo!

Inventado por: Henrique Neto às 23:55 | Link |





































blogchalk: Henrique /Male/26-30. Lives in Brazil/Sao Paulo and speaks Portuguese. Spends 70% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection.


































































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