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20040529



O livro de Paulo Maluf.



Inventado por: Henrique Neto às 21:07 | Link |




... dona Canô cantando último desejo aqui em casa.



Inventado por: Henrique Neto às 20:25 | Link |

20040528



... agora deu para organizar tabelas dedutoras do comportamento. Aplica no namorado. Fvuuu... Se joga pra trás.





Inventado por: Henrique Neto às 12:03 | Link |

20040527



Futebol


Perdeu seu time, perdeu
- traidores malditos, pernas-de-pau-filha-da-puta!
Braguinha estava injuriado, mesmo!
o repórter não parava de repetir aquela frase ecoando de tv em tv pela Brigadeiro afora
bateu na esposa, teria chutado o cachorro se tivesse um
e isso não era um samba do Chico.

Perdeu seu time, perdeu
amanhã não vai trabalhar nem comprar pão
- como é que o Robinho jogou daquele jeito? Merda! Quem nasce pra Robinho nunca chega a Pelé
ia beber na sala de casa
sem ligar o rádio ou a tv
seu Time perdeu
e isso não era um samba do Chico.



Inventado por: Henrique Neto às 23:56 | Link |



rascunhos de você


Buscava pedaços de si como quem colhe flores para presentear
se emocionava a cada reencontro, mas não se esquecia de Gustavo, seu menino lindo de cintura fina e pernas torneadas
falava sempre baixo, vagarosa para escolher cada palavra deliberadamente
uma 'lady', mesmo quando empurrava carrinho de super-mercado

Ia se mudar de Copacabana das putas, aviões e mendigos nativos
pensava em ir para Ipanema, vizinha de mar e morro, mas ele não queria
Gustavo de olhos imensos, inquietos. Seu menino lindo tem pesadelos e cintura fina

Não ia se enterrar viva, murchar com as veias cheias de sangue desgovernado, viu?
saiu de cena antes do fim, sem aplausos, flores e platéia
o que fará escrever coisas tão sentimentais?
mesmo na piada, bem lá atrás, tem tristeza
atormentado Gustavo, seu menino lindo de cintura fina

Cansou de sair de bar em bar
cansou dos filhos criados e eternamente adolescentes
ocupados demais com a academia, salão, shopping
sem ânimo, pasteurizados, sem histórias

Não se sentia mal pela pouca diferença de idade
quase irmãos para os desconhecidos
mas era o inverso
filho e homem sempre, de cabeças lúcidas, portanto juntos

Ensaiava a felicidade, fingia já ter superado o tempo ido, fazia lista de compras, as unhas dos pés e usa leite de rosas ainda hoje com devoção de primeira-dama
sonhava com cada instante do dia seguinte
até que se foi
Ele! Gustavo, seu menino lindo de cintura fina e pernas torneadas
falava sempre baixo, vagarosa para escolher cada palavra deliberadamente...


Inventado por: Henrique Neto às 23:12 | Link |

20040526



Jobi

Usava cabelo desgrenhado, dava aula de História na PUC, namorava a atriz da novela das oito, forçava um ar de cineasta em crise e há dois anos escrevia um poema de dois estrofes com seis linhas cada. Péssimo. Cheio de aliterações em v, redondilhas estéticas, hedonismo explícito e uma tentativa frustrada atolada no vácuo intelectual.

Saiu, pimpolho, e voltou com uma pastinha cuidadosamente providenciada para parecer casual. Fez uma pausa na conversa/flerte. Ar de constrangido. Pediu licença, se desculpou por antecipação, mas não deixou de ler 'ele', o poema ruim beirando o amor, flor e dor. Minutos depois: garçom uma cerveja. A atriz (de nome comum) enalteceu o fato de estarem reunidos numa choperia no Leblom, em plenas quatro horas da madrugada de uma terça, falando de poesia, literatura contemporânea e Mãe Menininha do Gantois.

Constrangimento: a doida disse que não gostou. O outro, numa super-hironia, aprovou e o do lado chegou em alta literatura. Resistência cultural, semiótica, casa do caralho, o Pedro, a Lia, amores belos, seres grandiosos e não sei mais o quê. Depois quase me deu carona. Cuidou de beijar o escritor. Esnobou a platéia com suas telas, salário da tv e teorias caóticas sobre obra boa de autor atropelável.

Cadê a cultura popular brasileira, as raízes, o Teatro Oficina, o sincretismo empobrecedor e a sua cobertura de frente pro cartão postal? Só encontrou jovens vazios, burros, burros, burros. Ar de estou out side, off-broadway and suck my ass.

Puxa como fui esnobado. Pérolas a esmo.

No fundo o que todo mundo quer é ser compreendido. Disse ela, conclusiva.



Inventado por: Henrique Neto às 23:51 | Link |

20040524



Ei Iaguinho,


Dia vinte foi seu aniversário, né? Seu tio é um relapso mesmo, nem ligou para lhe dar os parabéns... Me ignore viu, seu tio é um traste esquecido mesmo.

Parabéns Iago! Seu tio curte você pra caralho, acredite.

Como eu não podia deixar de ser inconveniente, vou confidenciar em praça pública uma das suas histórias. Aliás ótimas, todas elas:

Era início do ano letivo e Iago estava fazendo o dever de casa. Quando o pai prestou atenção, lá estava Iago apagando o dever de casa com o dedo besuntado de cuspe.

- Iago, cadê sua borracha?
- ...
- Iago, mal começou o ano e você já perdeu a sua borracha, foi?
- ...
.
.
.
- Iago, meu filho, cadê sua borracha? - Pergunta a mãe.
- Se eu contar a senhora vai brigar...
- Brigo não. Pode contar.
- Minha borracha eu dei a Vanessa.
- Mas porquê você deu a borracha a ela, meu filho?
- ...
- Porquê, heim?
- Eu dei a borracha a Vanessa para ver a "cacinha" dela.

***

Pois é, desde pequeno o tal do Iago já era metido a Don Juan.

Tem futuro esse menino.



Inventado por: Henrique Neto às 00:38 | Link |

20040522



Passa-se o ponto


Tá bom vai. Você é bem melhor que eu. Não, na verdade você é 'fodona' mesmo. Muito mais resolvida, sabe o que quer da vida, fala francês, fez datilografia e todas essas habilidades indispensáveis a uma pessoa adulta. Taí, você é adulta. Já eu sou só um menininho mimado. Reclamo de tudo, não me satisfaço facilmente e sou dotado de uma concepção estética duvidosa.

Lets play. Você continua fingindo me esnobar e eu tentarei - com muito empenho - fingir estar sofrendo com essa situação.

Aproveite então minha fase gagotinho e venha me seqüestrar. Cometa uma ação global em mim, eu deixo. Prometo bancar o menininho-indefeso-e-cheio-de-amor-para-dar, é isso que você quer não é mesmo? Dizer como eu devo agir, por onde eu devo começar a te comer, determinar a velocidade das coisas. Assuma o comando, meu machismo não é histérico, ele até permite-me brincar de "faça tudo que o mestre mandar".

Tome uma atitude - rápido! - porque não agüento essa paudurescência por muito tempo. Ou você me quer ou pendura uma placa com um daqueles dizeres que sempre acode a gente nas horas mais difíceis: "passa-se o ponto".



Inventado por: Henrique Neto às 19:52 | Link |

20040517



Rascunho de Copacabana


Copacabana é uma velha decadente. Ficou engessada entre músicas, poemas e a imaginação dos escritores.

Copacabana está penhorando suas jóias, João. Não tem mais dinheiro pra tintura e está com suas vestes rota, mas sem querer perder a pose. Esconde embaixo de cada marquise um mendigo, em toda esquina uma garrafa de cola atachada a boca de um moleque, não sabe mais o que será de seus dias.

Copacabana virou clichê de si mesma.
Uma puta na atlântica [corta!].
Velhos viúvos pelo bancos [corta!].
Veados comendo churrasco de gato com cerveja [corta!].
Turistas roxos de ensolação [corta!].
Hippies vendendo parangolés [corta!].
O preto pobre e favelado disfarçado de funcionário [corta!].

Copacabana não existe mais, é só um rascunho do rascunho do rascunho do que um dia foi. Apodrece com o iodo que vem do mar. Morre cada dia um pouco como as viúvas tristes e seus cachorros cagões. Fora da Bossa e sua beleza estética , Copacabana não passa de um hotel grandioso de linhas sombrias e ameaçadoras. É filme ruim com gosto de tempo perdido e dinheiro do ingresso de volta.

Triste dos que vivem em Copacabana a escrever sobre seu mar óbvio de calçadão previsível e frequentadores nostálgicos de si mesmos.

Não há mais reis nem rainhas em Copacabana, Geraldo, hoje - deslumbrados com o dinheiro - eles moram na Barra em um daqueles condomínios luxuosos e são vizinhos de garagem de um ex pagodeiro famoso.





Inventado por: Henrique Neto às 22:33 | Link |



do Rio


Seguinte, até quarta as atualizações aqui serão incostantes e até incertas, sendo mais franco. Conexão discada de hotel não rola por duas razões apenas: é cara feito o cão e lerda feito um camelo.

Voltando a Piratininga vai ter posts, fotinhas e se você for bonita e cheirosa, pode até rolar outras cositas mas.

See ya!
.


PS.: Ei, vou tomar uma cerva com o meu amigo J.P. Cuenca.



Inventado por: Henrique Neto às 22:30 | Link |

20040516




Aê galera! Aprendam com a Beatriz (Bia, pros mais chegados) como se deve escovar os dentes de maneira correta.

Fala aí, ela é ou não é cuti-cuti?



Inventado por: Henrique Neto às 12:42 | Link |

20040512



Das coisas tomadas por Deus na mão grande


- Você me disse (quando tudo parecia não ter mais sentido nem graça) pra eu tentar, e se não desse pra tentar uma vez mais, e se ainda assim não desse, eu poderia voltar pra casa feliz. Por ter tentado e por ainda estar vivo.

- Fui eu quem te disse isso, assim bonito desse jeito? Nem lembrava...

- Foi. Daí segui esse seu conselho. Fui lá e tentei um dia, dois, minha cabeça doía, tinha vontade de chorar, mas continuei e quando -- muito por insistência -- percebi que ia conseguir, vi que era bem simples, do jeito que você tinha dito.

- É que era preciso continuar vivendo apesar daquela coisa toda. A gente não tinha outra opção.

- Eu penso que nem existiu isso, na verdade não existiu para mim. De manhã eu estava jogando vídeo game, flash!, depois a gente almoçou, flash!, escuro, flash!, hospital, flash!, daí eu renasci, flash!, reaprendi a falar, flash! e todo mundo chorava quando me via. Não existiu.

- Já eu fiquei pensando em como isso tudo carecia de realidade. Nem parecia um fato. Era um tumulto grande e em seguida o cotidiano capenga, mas eu pensava “isso logo passa e tudo vai voltar a ser como era”. Não voltou até hoje.

- Você ainda espera?

- Racionalmente eu digo “não”, mas é mentira. Foi a maneira que encontrei para dissimular, segurar essa onda que queria me afogar. Daí eu prometo que não vou chorar para não ser egoísta, mas nem sempre consigo.

- Comigo é igual.

- O quê é que fica quando se vai embora, heim? O nome, uma imagem que vai se dissipando ano a ano ou só uns poucos objetos pessoais deixados?

- A idéia do que se era, talvez.

- Eu às vezes penso que Deus foi muito filho da puta com você, com ela e com a gente. Deve ser por isso que eu desisti de saber se ele existe ou não. Se ele me culpa pelo pecado original eu não o perdôo pela punhalada.

- Mas e se Deus resolver se vingar?

- Não vai valer a pena, ele não vai ter muito mais o que tomar.



Inventado por: Henrique Neto às 23:19 | Link |

20040511



Ei Ícaro, ou você se comporta ou eu conto para todo mundo de onde vem seu nome.

Pois é, e para piorar também vou revelar que você tem discos do Sidney Magal.



PS.: Ah, e mulher não se "pega" (elas não são gripe). Mulher a gente beija, faz carinho, arrocha e outras cositas mais...



Inventado por: Henrique Neto às 21:41 | Link |



De quantas mentiras é feito um homem?

Quantas mentiras cabem numa vida?

E o tempo que elas perduram, quem sabe?

Pensei nisso enquanto ela tomava banho de porta aberta. Quis contar umas verdades sobre mim, mas ela - sentimental - preferiu saber seu eu a amava e pensava nela o dia todo. Todo dia.



Inventado por: Henrique Neto às 00:30 | Link |

20040508









Inventado por: Henrique Neto às 13:18 | Link |

20040506



O dia em que Ícaro foi no cabaré de Maria Boa


- Ei, tu sabe como faço pra chegar no cabaré de Maria Boa?
- Sei não.

Tô lascado, disse Ícaro de si para si.

Ícaro tinha feito quinze anos há dois dias, de presente ganhou do pai duas onças para ir perder (e nunca mais achar) o cabaço. O pai ensinou direitinho como fazer para chegar lá. Ícaro, com sua síndrome de sabichão, não prestou atenção nas explicações do pai e ficou desorientado em plena praça Pe. João Maria, sem saber como chegar ao cabaré. Para um cara virgem leia-se: céu.

A mãe, claro, foi contra a atitude do pai. Achou um absurdo "botar o menino numa presepada dessas". Não discutiu muito, tinha uma cirurgia plástica marcada e saiu as pressas, mas prometeu que logo que voltasse do spa, teria uma conversa séria com os dois, o pai orgulhoso e o filho aliviado.

Quando o pai se ofereceu para levar Ícaro lá, ele se ofendeu, disse que dava conta daquilo sozinho. Mentira, pai e filho sabiam que Ícaro ia se perder e talvez nem encontrasse o local onde ficava o cabaré.

Depois de perguntar constrangido a mais uma meia dúzia de passantes, finalmente Ícaro chegou em Maria Boa. Na verdade era Bianca, Jéssica, Ludmila e Ágatha (sim, com 'th' e tudo) boa. Não tinha nenhuma de quem Ícaro não tenha se agradado. Com a fome não se brinca! Teria dito o Pinta se estivesse por lá.

Com sudorese nas mãos, as meninas chamando ele de beibe e, se a ansiedade não fosse tamanha, certamente Ícaro teria feito uma crítica dizendo que nada pior que inglês de puta, ou coisa parecida.

No quarto, com uma loirinha nota dez, Ícaro ficou meio sem assunto, meio enojado da roupa de cama, meio desesperado para partir para cima e ela, com a natural dissimulação inerente à profissão, fazia um extripitisi sécsi. Ícaro pegou o pacote de camisinhas e se perguntou: pra quê tinha comprado um pacote com dez? Achou exagerada a quantidade, mas preferiu pensar nisso quando estivesse menos ocupado.

Faz assim... agora vira pra lá... deita aqui... deixa que eu boto... calma aí menino... que ignorância... isso, isso... eu boto ou num boto... vai, vai... oh iéis, oh iéis...

Duas horas depois, Ícaro saiu do cabaré de banho tomado, sorriso escancarado, sem as duas onças no bolso e pensando se as pessoas na rua poderiam notar que ele estava diferente.

Agora na escola, Ícaro evita a companhia de Pinta e seus velhos amigos. Acha que eles são infantis demais, falam sobre mulher de menos e perdem tempo fumando cigarro de rosas.

Semana que vem vai ser a vez do seu irmão, o Atleta de Cristo. Ícaro, que nunca foi de fazer favores, já disse em casa: - Paínho, pode deixar que eu levo ele lá!


* * *


Para quem adora uma estatística, segundo dona Maria Boa, uma simpática octagenária, com Ícaro completa 53.814 rapazes que se iniciaram no doce ofício masculino nas mãos das meninas do seu cabaré.



Inventado por: Henrique Neto às 22:23 | Link |

20040505





Avec elegance

Ei! você aí me esnobando
você mesma que fala francês sem fazer biquinho
saiba que eu sou um bocado persistente
desistências só se forem de sua parte
acredite

não me ligue mais (se não quiser)
eu até perdôo
só não venha me pedir para tentar ser quem não sou
assim já é demais

sei que valho pouco
mas não espere que eu fique na janela enquanto o tempo passa
não tenho vocação para Carolina
ou outra dessas personagens passionais do Chico.

apareça se tiver vontade
suma se assim for melhor (entre num curso de violão para tentar me esquecer)
mas não diga nunca
que eu não te avisei




Inventado por: Henrique Neto às 18:44 | Link |

20040504



Um Zepelim em minha janela


Inventado por: Henrique Neto às 22:03 | Link |

20040501



. noites paulistanas


O quê foi àquela torrente de palavras quase sem sentido? Onde queria ter chegado, o quê tentou dizer? Não se lembrava, ou não queria se lembrar. Do momento guardou apenas a saia da moça que subia a avenida agarrada a sua namorada e a leve sensação de que havia vomitado palavras a esmo, como quem tenta confundir o terapeuta em ato explícito de sadismo ôco.

Péricles, depois de ter dormido dez, doze horas seguidas tentava, embaixo do chuveiro, ordenar suas ideias e a intenção que tentou empregar a elas. Não conseguiria, sabia disso. O apartamento (na verdade um kitchnet de trinta metros quadrados) fedia a cerveja. Lembrou da última vez que chegou em casa bêbado e vomitou todo o corredor do seu andar. Os vizinhos não vão reclamar dessa vez.

Saiu do banheiro de toalha, pés pingando no tapete, enrolou mais um, jogou o corpo para trás e sorriu pensando no quanto tinha sido filho da puta e havia confundido. Não se faz isso com ninguém, menos ainda quando esse alguém lhe conhece a pelo menos cinco anos. Era sim, um-belo-filho-da-puta, com todas as letras. Devia pegar o telefone para pedir desculpas, mas não fará, jamais pediu desculpas, da única vez que tentou foi tão canastrão que só piorou a situação.

Jogou a toalha molhada em cima da cama, foi até a janela e ficou lá olhando os carros passarem na avenida. A vizinha do prédio da frente espiava ele de binóculos. Se deixou observar por mais um tempo, sabia que ela estava lá há pelo menos dez minutos, nutria esse prazer narcísico de ser espiado por uma mulher que ele ainda não conhece. Ela, talvez seja uma advogada desquitada que vive sozinha há seis meses e desde então, de binóculos em punho, observa as janelas em busca de uma vida mais interessante que a sua.

Vestiu uma calça, camiseta, pegou uma coca na geladeira e foi para a rua, tinha uma festa na casa dos amigos. Hoje não ia beber nem cheirar, se conseguisse, queria dar um tempo sem ficar entorpecido. Todos já estavam lá, inclusive as cinco meninas convidadas. Marcelo e Guto estavam só esperando sua chegada para a brincadeira começar.

Três horas da manhã, depois de ter cheirado umas quatro, cinco... talvez seis carreiras, procurou a ruivinha que ele tinha gostado de cara. Encontrou ela no quarto da empregada com mais duas meninas. Com sua natural cara-de-pau se juntou ao trio e foi logo dando ordens a elas. As meninas adoraram a brincadeira e enquanto se revezavam a espera de sua vez, cheiravam carreiras robustas na barriga de Péricles.

No escuro, cambaleando, tentou em vão encontrar sua roupa. Cansado e com sono, se jogou no tapete da sala para adormecer enquanto via a paisagem pelo janelão da sala. Ao longe as árvores do parque balançavam com o vento, o lago escuro ainda estava com a fonte ligada e enquanto abstraía, fez um grande esforçou para esquecer da filha da putice que tinha aprontado com o amigo.



Inventado por: Henrique Neto às 20:07 | Link |





































blogchalk: Henrique /Male/26-30. Lives in Brazil/Sao Paulo and speaks Portuguese. Spends 70% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection.


































































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