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20040331



Pausa pro café



OK, a cobrança é minha, não sua.

O caso é que já são quase três anos de escritas diárias neste espaço e o dia em que não o atualizo, fico com tanto sentimento de culpa que só falto ir até à delegacia mais próxima para fazer uma denúncia expontânea.

Hoje, porém, será um dia de não. Não vou atualizar o blog e vou, sim, domar essa culpa que me rói até o fim do dia. Conseguirei - acho.

Quanto a vocês, sejam bacanas comigo. Leiam os arquivos (esses aí da barra lateral à esquerda do seu mouse) pois tem tanto material lá que duvido se você não vai achar nada do seu agrado.

Por hora é só. Um beijo na Maria Alice e outro nas crianças!


PS.: Estou numa fase brega musicalmente falando. No meu som impera Fernando Mendes, Antônio Marcos, Odair José, Liliam, Márcio Greyck, Carlos Alexandre e adjacências.

Os vizinho vieram em filar agradecer. Estão achando o máximo!

PS. 2: Quem conhecer mais cantores dessa safra me indique.



Inventado por: Henrique Neto às 19:56 | Link |

20040329



Minha vida de diagramador


Um raio de sol bate no meu rosto.

- Não fechei a cortina de novo. Já deve ser umas onze e meia. Preciso me levantar logo, tenho que acabar o trabalho.

Rogê, o gato filha da mãe, me olha com seu desprezo habitual.

- Ainda dou um fim nesse gato maldito.

De frente para o espelho, antes de entrar no chuveiro, penso na moça da boate.

- Qual era o nome dela mesmo?

Nao consigo lembrar. Deixou o telefone na cabeceira da cama, olho depois.

Falta coragem para fazer a barba, o dia está frio. Desço no elevador com mais uma velhinha de sapatos vermelhos.

- Caraca, quem nessa vida usa sapatos de crochê, vermelho ainda?

Esse prédio é muito fuleiro. Tem os piores moradores da cidade. Tudo que é puta, traveco, viúva e o mais baixo escalão da sociedade paulistana vive aqui. Não mudou muita coisa desde a época do 69. Avenida São João número 69, o puteiro.

Na padaria o Chico (com sua natural insolência) me serve uma média. Do meu lado senta uma puta acabada, parece que teve uma noite longa. As marcas de cigarro no braço dão o tom das peripércias feitas pelos meus conterrâneo. Nordestino e puta em São Paulo, tão clichê quanto a Ipiranga com a São João.

Hoje não. Nem vem que eu não quero ouvir história da família pobre do interior de Minas, da filha criada pela avó, do pai que batia na mãe e nela e outras desgraças adjacentes. Sempre essa mesma história com um tom mentiroso. Sempre o mesmo perfumezinho vagabundo misturado ao suor dos bêbados.

Em casa, correndo contra o relógio, meu 'computador mais caro do mundo' decide travar. Já não aguento mais falar com a assistência técnica. Vou arrancar uma grana dessa cambada.

Acendo outro cigarro, com esse já deve ser o décimo ou décimo segundo, nem sei. Preciso parar de fumar. Preciso fazer esportes e todas essas coisas que minha mãe fala.

Da última vez veio aqui e me humilhou. Falou que tô virando um traste, que o apartamento estava imundo, fedorento, que a localização era horrível e mi, mi, mi, mi, mi...

- Não vou mudar daqui.

Reclamou que subiu no elevador com uma traveca toda montada, que a cada hora tem uma moça diferente aqui, que a casa vive cheia de gente estranha e um monte de outras coisas que o porteiro tinha contado. Maldito Zé! Vou cortar os cigarros dele.

Mexeu no meu celular enquanto eu tomava banho. Nem esperou eu sair do chuveiro para me perguntar quem era Flávia, Ana, Mariana, Paula, Cristina, Priscila, Juliana, Marcela, (...), (...), (...). Me chamou de cachorro, fingi na hora rir.

- O que dizer à mãe numa situação dessas?

Quer que eu faça um exame de HIV ainda essa semana. Ameaçou dizendo que vai ter uma 'conversa séria' com meu pai sobre a vida que eu estou tendo. A mãe sempre arruma pretextos para ver meu pai. Eu sou o mais usado deles, foi sempre assim, desde a separação.

Foi até à farmácia, subiu com uma caixa de camisinhas, largou em cima da mesa e berrou:

- Faça-me o favor de usar. Faça-me o favor, viu!

Perguntou porquê eu nunca contei da tatuagem na barriga.

Numa cena teatral, chorava dizendo que eu não era o filho que ela tinha criado. Me diz isso sempre que quer me deixar puto.

De toalha, no meio da sala, pedindo pr'ela parar com o cenão, toca a campainha.

Era a Paula. Duas malas, sorriso de orelha à arelha, dizendo que estava grávida e tinha 'decidido' vir morar aqui comigo.





PS.: A parte do gato não é verídica.



Inventado por: Henrique Neto às 20:00 | Link |



Escrever é amarrar
palavra no passado
e a palavra escrita
é a gaiola do som

Ler é libertar a palavra
que estava enclausurada
no papel

Palavras gostam de voar
e ecoar o seu pleno
sentido sonoro


Wado
in: A Gaiola do Som



Inventado por: Henrique Neto às 19:59 | Link |

20040325



CD, um artigo de colecionador


Sabe esse CD aí que você acabaou de comprar?

Então, ele virou peça de museu.

Isso mesmo! Guarde ele bem por um tempo e tente vender mais tarde para algum colecionador de raridades.

Exagero? Nada disso, o fato é que a indústria da música está se agilizando há um tempo pois existem muitas outras formas de se conseguir música e comprar CD tem se tornado um hábito cada dia mais raro.

Como nem todo mundo é obrigado a conhecer certos termos técnicos e também para não encher o texto com apóstofos, vou fazer um glossário no final, combinado?

A Apple saiu na frente no ano passado quando lançou um serviço até então inédito, o iTunes Music Store. Nessa loja virtual o cliente tem a sua disposição músicas do catálogo de diversas gravadoras vendidas a US$ 0,99 cada. Apesar de já existir serviço semelhante a esse antes do iTunes, neles uma vez baixado, o arquivo nao pode ser copiado. A Apple fez diferente, o arquivo pode ser copiado algumas vezes, permitindo que você o ouça no micro do escritório, de casa, no laptop, ou em seu tocador de mp3.

Em paralelo a Apple também lançou um aparelhinho que logo virou febre, o iPod. Esse tocador de mp3 além de armazenar uma grande quantidade de músicas tem o funcionamento extremamente simples e versátil.

Anotem aí: iTunes Music Store + iPod hoje é igual a 2,5 milhões de músicas baixadas por semana (média divulgada esse mês pela Apple).

Ora, porquê então continuar pagando R$ 30 num CD de quinze músicas onde só meia dúzia me agrada, se posso comprar peças a minha escolha? Baseado exatamente nessa lógica Steve Jobs está soltando fogos pelo sucesso de sua empreitada.

Nunca é excessivo repetir que quem desencadeou toda essa mudança sem volta foi o Napster, primeiro programa P2P fechado por ordem judicial graças a uma ação conjunta movida pelas cinco maiores gravadoras do mundo (Warner Music, BMG, EMI, Sony Music e Universal Music).

Através desse engenhoso programa era pssível dividir as músicas de um computador com qualquer outro conectado a internet. O Napster se foi mas outros programas do mesmo tipo vieram, como o Kazaa, só que desta vez mais bem estruturados.

Some à troca de música gratúita pela internet, o aumento da venda de CDs piratas, mais a quantidade de computadores com gravadores de CD e as vendas de CD despencando anualmente nas lojas, e como resultado teremos o seguinte cenário:

- gravadoras como a Sony, vendo que sua luta era vã, aderiu a moda e também inaugurou seu próprio serviço de venda de música por peça na rede;

- os detentores dos diretito autorais -eternos discrentes quanto a quantidade vendida de discos dilvulgado pelas gravadoras- acenam positivamente para esse tipo de comércio por ver nele a garantia de receber sua porcentagem a cada transação de venda;

- aumento do números de usuários de acesso a internet em banda larga;

- artistas saindo a campo para vender por conta própria seus arquivos de música em seus sites.

Resumo da ópera: o meio físico (disco de vinil, cd, fita cassete ou arquivo digital) terá finalmente sua importância relegada a segundo plano, visto que para quem compra não faz diferença se o conteúdo "música" estará fisicamente no computador, celular, ou quem sabe até diretamente no nossa aparelho de som.

Finalmente o direito de comprar exclusivamente a música que queremos e não mais um pacote fechado, como esse que hoje a gravadora nos empurra goela abaixo.


***


Mini glossário


Apple: Fabricante de compuatdores Macintosh (se lê: "maquintoche")

Steve Jobs: Presidente da Apple.

iTunes Music Store: Serviço de vendas de música por peças pela internet.

iTunes: Player (tocador) de arquivos de música.

mp3: Formato de compressão de música em arquivos eletrônicos.

OBS.:Uma música de quatro minutos em um CD tem 40MB de tamanho, essa mesma música no formato mp3 tem só 4MB.

iPod: Aparelho portátil para armazenagem e execução de músicas. Como um discman, só que dotado de memória fixa.

P2P: Programa para troca de arquivos via internet. Se lê peer to peer, ou em inglês: ponto a ponto.

Napster: Programa precursor dos P2Ps.

Kazaa: Um dos mais usados programam de P2P.



Inventado por: Henrique Neto às 20:05 | Link |



"(...) Safado, cachorro, sem vergonha/
eu dou duro o dia inteiro e voce lençol e fronha."



Inventado por: Henrique Neto às 20:04 | Link |



Um Amor e Uma Rural


Roberto estava apaixonado, dessas paixões chicletinho. Hoje fazia dois anos de namoro. Ia pedir a mão de Anna, sua amada, em casamento. Já tinha comprado as alianças em cinco prestações. Fez muita hora extra na firma para juntar o dinheiro.

No dia seguinte já estava marcado com a cartomante, mas não tinha certeza se ia ao seu encontro. Tinha medo de descobrir coisas desagradáveis sobre sua Anna. A consulta custava trinta Reais e Roberto teve de economizar almoçando cachorro quente durante uma semana.

Vivia sonhando com a casa que ia morar em Cangaíba, herança do seu avô. Ia mobiliar com tudo novinho, do jeito que Anna queria. Já imaginava a cena, ele chegando à tarde do trabalho e Anna esperando ele de avental, com um bolo que acabou de sair do forno em cima da mesa de fórmica da cozinha.

Teriam dois filhos, um casal. A menina ia estudar balé quando completasse cinco anos e o menino ia para o exército. '- Vai se chamar Jonatham!', Roberto adora esse nome.

Na casa da Anna, de gravata e um velho paletó emprestado, suava horrores em frente aos sogros. Gaguejava, muito, exatamente nas frases em que tinha ensaiado. Diante de cena tão constrangedora, eles entenderam que era a mão da filha que o rapaz pedia.

Anna não mostrava alegria nem triste, mas acenava como se concordasse. Queria sair das casas dos pais mesmo que fosse casando. Não se dava com a irmã mais velha, Marta.

Um ano depois, pagando as prestações da geladeira, último móvel que faltava, Roberto se aprressou em marcar a data do casamento. Os seus pais e os da Anna iam se juntar para bancar a festa, a tia Eleonor ia fazer os salgados e o bolo, já a tia do interior ia dar o vestido.

Deixaram a data e tudo mais acertado. Roberto não cabia em si de felicidade e só não chorou porquê teve vergonha. O pai de Anna, enquanto a mãe servia café, dizia para o noivo o quanto estava satisfeito com aquela situação. Anna não desgrudava os olhos da tv, adorava a novela das oito.

Se despediram no portão. Roberto foi para casa já com o nó da gravata frouxo. Encontrou os amigos num boteco no meio do caminho, parou para bebeu como nunca tinha feito.

Na manhã seguinte, às nove em ponto, Anna pegou a mala escondida em baixo da cama e fugiu com Fábio, o rapaz que passava todos os dias na sua porta vendendo bujão numa Rural velha.



Inventado por: Henrique Neto às 20:03 | Link |






No juízo final Deus terá acesso ao nosso log de net?


Inventado por: Henrique Neto às 20:02 | Link |

20040324




Negócio na China.


Inventado por: Henrique Neto às 20:06 | Link |

20040322





Papo de Elevador


Enquanto me divirto com as fantásticas opções que só uma sala de espera pode nos oferecer, me ocorreu uma ideia (uma apenas, pois não consigo processar mais que essa quantidade ao mesmo tempo): aqui na cidade grande há um rito social que ao meu ver, nunca entrará em extinção: o "papo de elevador" ou PDE, para diminuir o bichinho.


PDE, Uma Definição:

O PDE ocorre entre pessoas desconhecidas, em espaços exíguos e geralmente os temas são genérico-incolores ou em casos de maior ousadia, de senso comum.


Objetivo Direto:

Matar o tempo com uma conversa aguada, sem conflitos de ideias ou ponto de vistas, até que chegue logo sua vez de ser atendido (ou seu andar).


Só para lhe dar um exemplo da importância do PDE, imagine a seguinte cena: você indo ao 29º andar de um prédio, trancado numa cabine revestida de espelhos, com mais três pessoas desconhecidas, respirando o mesmo oxigênio gasto e totalmente calado. Imaginou? Seria muito desconfortável, não? Claro que alguém vai ter de puxar assunto sobre o tempo, o trânsito, a nova embalagem do refresco concentrado em lata, ou qualquer outro assunto de suma importância nessa mesma linha.


O Poder Transformador

Durante a prática do PDE, nos tornamos super gentis, protocolares, dizemos "bom dia, minha querida vizinha doida!" involuntariamente, perguntamos qual o andar do velhinho cheio de sacolas só para apertar o botão do elevador, pedimos desculpas depois de tomar um esbarrão e tantas outras mumunhas que parece até que a gente virou fresco (ahfff!).


Um Regulador Social

Afora os raros momentos onde praticamos o PDE, a convivência numa grande cidade beira a cavalar e enfadonha concorrência desmedida. Corremos para ser o primeiro a entrar no metrô, o melhor no trabalho, no trânsito e blá, blá, blá., de modo que sem ele a polis viraria uma bomba-relógio.

Pude observar também que o PDE é de extrema importância social, pois causa nos cosmopolitas a falsa impressão que apesar de viverem numa metrópole, ainda é possível se manter um convívio aprazível e amistoso com os demais moradores, algo equivalente as conversas de calçada ainda praticadas nas cidades do interior.

[Calma porra, tá acabando!]

Intentando incentivar a prática deste hábito, sugiro que você crie semanas temáticas para o PDE, mas lembre-se: nada de assuntos polêmicos/conflitantes. Não! Futebol, sexo, política e religião são sim, assuntos proibidos. Tente algo como: "puxa, mas como a rua ficaria bonita se tivesse mais árvores, não?". Além de passar a imagem de uma pessoa do tipo hello kitty (leia-se 'afrescalhada'), todos se comoveriam com esse seu lado 'salve a natureza'.

Antes de começar a praticar, um aviso apenas: cuidado para os seus PDEs não serem tão extensos quanto os discursos do Fidel Castro [ou esse post].



Inventado por: Henrique Neto às 20:07 | Link |

20040320



Quase mordomias


Combinamos, lembra, que eu ia me dedicar mais a nós dois
mas você preferiu ficar em casa e nem me convidou, desavisada
Sublimando, fiquei da minha janela vendo o sol ir embora, a moça passar apressada e os aviões voltando de longe
mantive as coisas simples como toda Bossa, do jeito que gosto
já desisti de cenas dramáticas envolvendo suicídios e outros clichês
eu sou sentimental desde sempre, até enquanto durmo

Minha rua não tem cigarras como naquele outro apartamento (que você não conheceu) para eu me entreter enquanto lavo a louça
tristeza, não, só a sensação de tempo perdido e carinhos não ofertados
Deixei o vinho num balde gelo, separei àquelas taças e o conjunto ficou derretendo na mesa da cozinha a sua espera
e você ainda diz que eu não te dou atenção
Como, se cumpro rituais só para te agradar

Te dei a chave do meu bem me quer, você quis a da porta
me apresso em cometer novidades, hesito em te acordar, elogio seu vestido novo, mas ainda assim você quer poesias rimadas
Não desisti, sou cabeça forte, tenho aflição com pés calçados, adoro os 'hai kais' do Millôr e sigo me esforçando para entender você até o cóccix.



Inventado por: Henrique Neto às 20:10 | Link |






Frase que devia ter sido dita





Coisas do Nelito...


Inventado por: Henrique Neto às 20:09 | Link |

20040319






Engulho




Fui assistir o documentário Na Captura dos Friedmans, de Andrew Jarecki (leia mais aqui) e saí do cinema engulhando.

Apesar de já saber da polêmica envolvendo esse documentário, somente assistindo você talvez consiga chegar a alguma conclusão sobre o caso, mesmo que o diretor tenha tentado deixar as coisas claras, a verdade se mostra de maneira oblíqua enfatizada pelos depoimentos antagônicos dos envolvidos.

A pedofilia, ruína da família, vira um prato "leve" com o desenrolar do documentário, pois são tantos fatos revelados que você até fica com medo de ser chamado pela polícia para depor por estar sabendo demais sobre eles e pior, sem ter certeza se estes fatos realmente aconteceram.

Os Friedmans tinham uma verdadeira fixação por filmar. Imagine você que esse hábito trivial se matem mesmo pico da crise. O pai às vésperas de ir para cadeia e uma câmera registrando o momento como numa festinha de criança. Chega a ser assustador, numa espécie de reality show familiar, há a todo momento uma câmera ligada. Grande parte do documentário, inclusive, foi montado com este farto material.

O diretor revela situações que de tão surreais, você começa a questionar qual é o fio divisor do comportamento patológico do normal. Quem garante que seu vizinho não é na verdade um pervertido que vai a boates de frequência pouco ortodoxa? Ou se o dono da banca de jornal não é um coprófilo? Ou ainda, se sua professora não é uma adepta entusiasta da urofilia? Ninguém, não é mesmo?

Ainda sobre esse prisma, nos damos conta que vivemos numa sociedade totalmente mascarada. Quantas pessoas não escondem por trás da máscara de médico, padre, juiz, pedreiro, pai de família, vícios repugnantes de sua sexualidade pervertida? Não me refiro a quem tem uma relação de igualdade e resolve dar vazão às suas taras, mas exatamente ao oposto. É aí que mora o bizarro, quando envolve uma criança, por exemplo, que não tem um claro dicernimento dos fatos nem poder de decisão.

Freud diz que a repressão que um indivíduo se auto-impõe é o principal causador das suas frustrações e essas, se não tratadas corretamente, viram histerias.

Apesar de ainda hoje haver céticos em relação a psicologia como forma de tratamento cientificamente embasado, de uma coisa tenho certeza: no futuro, quando os problemas do corpo forem facilmente resolvidos pela engenharia genética já avançada, sobrará ao homem os terríveis transtornos de sua alma e esses, não poderão ser resolvidos a base de pílulas mágicas.

Pelo visto, outros Friedmans virão e continuaremos sentindo engulho dos fatos amorais que hoje presenciamos ou até piores.




Inventado por: Henrique Neto às 20:11 | Link |

20040318



Pequenas Ousadias


Matar a burrice com bossa.
Botar a sede pra secar.
Sentir a fruta se abrindo.
Arder nas nuvens.
Sonhar.
Olhar o pássaro cair.
Seguir a trilha além do ar.
Torcer a fala até falir.
Ouvir o Tom ao pé do mar.
Beber num beco o anoitecer.
Negar a luz do seu olhar.
Morrer de rir até doer.
Luzir na dor sem envergar.
Içar as velas com a voz.
Dizer talvez pra confirmar.
Fundir a cuca de um só lado.
Deixar o zen arrepiado.
Colher os louros com as mãos.
Sair sorrindo de um lugar.
Nicas pros entes vazios.
Pisar as pedras dos rios. dormir.
Acordar em Lumiar.
Dar um rolé na mancada.
Usar a expressão errada.
Reinventar o parangolé.
Lamber o prato.
De agenda marcada, flanar.
Pegar o prazer no laço.
Amar.
Roer a corda pra viver.
Sumir do mapa até ficar.


Ledusha
in: Exercícios de Levitação



---

Vá escrever bem assim lá na baixa da égua, homem!



Inventado por: Henrique Neto às 19:34 | Link |

20040317



A quem possa ajudar. Se você tiver a versão de Cabelo Raspadinho (mega hit do Chiclete Com Banana) cantada pelo próprio Edu Casanova, manda para mim vai.

Já chafurdei no Poisoned e não acho essa porcaria desse mp3 para baixar.

Ma que Catzo!



Inventado por: Henrique Neto às 21:36 | Link |



Frêmito s. m., do Lat.  fremitu. rumor; bramido; vibração; sussurro; fig. , estremecimento de alegria; Med. ,sensação espasmódica.

Taí uma palavra difícil de ser usada! Mas ainda assim bonita, viu moça.



Inventado por: Henrique Neto às 12:38 | Link |

20040316





Tá bom vai...


Eu vou assumir. Eu também assisto Big Brother.

Fazer o quê, todo lugar que você vai tem uma tv, e todas as tvs do mundo estão sintonizadas nesse programinha mequetrefe. Você vai tomar café na padaria e lá está o BBB, vai na barbearia e tome BBB e... [utilize esta mesma analogia e monte outros exemplos a seu gosto.] nessas reparei na moça negra lá, belo corpo, rosto feio e uma capacidade intelectual risível.

Tirem as crianças da sala, mudem a tv de canal, mas Jesus do céu! Como um ser vivente com mais de vinte anos nas costas, pode falar tão, mas TÃO errado assim? Vá tomar no seu brioco! Alguém cometer uma frase tipo "pelo meno"? "Pelo meno"!? Essa moça devia ser presa.

"Pelo meno" me dá vontade de entrar no cinema e contar o final do filme. De sair caçando mico-leão em extinção. Roubar doce de criança.

Lula seu féla, volte com o Mobral, volte.

Olha ninguém tem obrigação de ser inteligente, culto, mas porra! Um português falado minimamente correto é quase uma sexta função vital.

Fico imaginando a periferia em festa e se sentindo representada pela frentista gostosa. Porra rapazeada [o palavrão deve ser lido com sotaque de italiano do Bixiga, meu!], "vamo se ligar" né!

O fóda é uma mina dessa fora da tv, ainda se achar um artista. A mais nova celebridade de 15 segundos.

A propósito, eu estava aqui no shopping Paulista e a Sabrina (gostosa) Sato estava lá e ninguém [vou repetir]. Ninguém dava atenção a mina. E olha que ela estava com uma mini-saia... Homenageável, cambada.



Inventado por: Henrique Neto às 20:40 | Link |

20040315





Carta para alguém que mora ao lado...


Dia desses, revirando meu guarda-roupas a procura de sabe Deus o quê, encontrei um velho envelope verde de matéria sintética que imitava pano e papel. Não me lembrava, mas nele guardava cartas, dessas que se escrevia a caneta e depois de selada, se postava pelo correio.

Não escrevemos mais cartas, percebeu? Nesses tempos comunicação imediata quem se ocupa em usar papel e caneta para escrever? Nem eu.

Pena, pois nestes pedaços de papeis amarelados pelo tempo, estão fragmentos de nossas histórias de vida. Parente distante que escreve 'para saber as novidades e ao mesmo tempo contar as suas', amores deixados para trás em alguma reta da vida, amigos saudosos e muitas lágrimas derramadas sobre o papel.

Cartas são flashbacks com direito a lágrimas e risos revividos, saudade de quem partiu, angústia de quem ficou, conselho útil, notícia de morte, aviso de quem chegou, planos e por vir. As letras deitadas linha a linha exprimem parte da emoção de quem escreve, mostram o vacilo, o receio de contar ou não notícia temendo aperreio ou transtorno de quem lê.

Fotografias de nossas vidas (mesmo que nem sempre estejamos bem na foto), assim as cartas são. E ai de quem rasgar suas fotos como quem apaga com borracha uma linha mal escrita na vida. A vida não aceita que se passe borracha, amigo, deixa no máximo que a gente escreva melhor a linha seguinte, mas nunca a vã sobreposição.

Como uma janela no tempo, de carimbo em carimbo vi uma década de minha vida. Revivi a emoção de abrir cada uma das cartas e todas elas - sem exceção - diziam para eu nunca me esquecer de nenhum ponto se quer da minha história, pois ela, página por página era responsável pelo sufoco e sossego em que hoje vivo.





Inventado por: Henrique Neto às 22:42 | Link |





Fotolog

Blog composto de fotografias. Em cada post uma foto.


D. Arlinda

Uma sexagenária aposentada moradora de João Pessoa - PB.

A junção destes dois elementos resultou num dos fotologs mais visitados da net brasileira.

O que tem de especial lá? Nada! Apenas fotos cotidianas da Dona Arlinda. Sua neta, autora deste hype, chega a postar prosaicas fotos da D. Arlinda cortando as unhas, assistindo TV, descansando deitada no chão e etc.

Já viram o que a falta de ocupação pode fazer com um indivíduo?


PS.: Antes que o post acabe...

O Fotolog é um serviço americano de hospedagem, porém advinhe qual o país líder em número de páginas hospedadas lá? Nós, claro!

A pergunta enquietante é: o Brasil tem câmeras digitais demais ou é o resto do mundo que tem narcisistas de menos?



Inventado por: Henrique Neto às 20:44 | Link |

20040313





Prece de um dia quase igual a todos


Deus dos delicados, não me abandone nessa guerra
insana.

Minha máquina de ser beira a pane
enquanto o veludo da voz de Billie lambe as paredes do lusco-fusco.

Abençoe, Senhor,
tudo que dói em nós, indispensável.

As tardes despenteadas em Grumari,
as lágrimas do homem que me amou e nunca disse,
o negro agonizante sob o sol narcísico de Ipanema,

as crianças
que tão cedo me deixaram farta de lágrimas e leite, o eco
esquivo de Frederico, sinais de musgo.

Abençoe as escarpas
da minha vida enquanto desenterro estas palavras - o carmim destas
palavras com as lascas afiadas da dor.
Sonho piscinas,
atraída pelas labaredas.

Preciso dormir bem dentro das suas asas enormes,
pai.


Ledusha Spinardi
In: Exercícios de Levitação





Inventado por: Henrique Neto às 12:06 | Link |








Hoje eu estou Bossa Nova.

É, sabe essa coisa de banquinho e violão?





Inventado por: Henrique Neto às 12:02 | Link |

20040312



Da arte de fazer rir


O Homem Que Sabia Djavanês, de Ruy Goiaba.

A Segunda parte está aqui ó.



Inventado por: Henrique Neto às 20:49 | Link |

20040311





"E, assim futricado, só escrevo porque tenho uma consciência culposa. Um homem limpo vai pra casa e dorme. Ou vive, ama. E não há fantasmas que o atormentem. Um homem de bem dorme ."

João Antônio, Abraçado ao meu rancor
.


- - -

Trecho cinicamente roubado lá do Carmencarmen.





Inventado por: Henrique Neto às 20:49 | Link |

20040309



Você para rainha


Desconfio cada dia mais que gastei uma metade da minha vida querendo o que não tinha e a outra tendo o que não queria
usei (e uso) deste artifício para me manter insatisfeito, com aperto na boca do estômago
e um punhado de dias com céus cinzas
dramas particulares na verdade
tão grandes e insolúveis como só os nossos podem ser

Nem só de amenidades e cerveja gelada se vive
amores também trazem felicidade se a gente deixar, basta permitir (chave do desassossego)
pensei nisso tudo enquanto tangia a mosca do copo, preciso aprender a fazer toca de papel,
tão úteis quanto revista velha em sala de espera
como esse meu amor por você não correspondido, anjo

Deixei aquela música do Geraldo Azevedo tocando, fui fazer um café para você e seu vestido novo
da cozinha ouvia sua vozinha miúda cantando "Letras Negras", da janela o mundo nem tinha acabado.
Venha morar comigo, dengo, sair de órbita e ver estrelas pela minha janela nua, sem cortinas nem flor alegrando a paisagem,
venha ver a árvore frondosa que tem no fim da minha rua,
venha que te faço massagem nos pés antes de dormir

Minha cama disse que lhe adora e acha que você fica bem nela,
eu penso o mesmo (mas não digo)
você sabe
não negue,
sabe que me enlouquece quando ri, mexe nos meus discos e pendura calcinha no banheiro

Das coisas desejadas e não possuídas (completamente) você é a mais cobiçada
e se hoje eu fosse responder àqueles cadernos de menina sobre 'as coisas que mais gosto nesta vida',
na lista, em meio a praia, sono, viagens, conversa jogada fora, amigos e óculos de sol, você ia estar na cabeceira.


Henrique Neto



+ + +

INSTRUÇÃO:
Leia ouvindo 'Na Primeira Manhã (Alceu Valença)' bem alto!

Inventado por: Henrique Neto às 21:20 | Link |




Coqueiros  
(Geraldo Azevedo/Marcus Vinícius)


Por entre as palmas desse lugar 
Por coqueiros de beira mar 
Beira os olhos do meu amor 
Buscando os meus 
Vento a soprar 
Quero as águas verdes 
E quero enfim 
Ser maior do que esse mar 
Que avança sobre mim 
Sobre a areia quero amar 
Mas vou te dizer amor, mulher 
Na paisagem do teu corpo 
Vou deixar meu sorriso 

Entre cirandas e cirandar 
A cidade Recife, o sal 
Do mar que derramei, chorei 
Quando deixei tudo por lá 
Entre pedras, ruas, só meu amor 
Entre a gente que falava de mim 
Que parti 
É hoje aqui quis me lembrar 
Vendo as praias tão sem cor, enfim 
Sem as palmas dos coqueiros meu amor 
Eu me lembro 


- - -

Pense numa música bonita!

Eu podia passar uma semana inteira ouvindo que não ia cansar.

Vá ser bonita assim lá no inferno...



Inventado por: Henrique Neto às 20:50 | Link |



Pérolas de Ledusha


Se há um algo raro na poesia é ver uma mulher escrevendo como mulher. Não da maneira quadrada e métrica que nós, os homens, costumeiramente fazemos, mas Poesia, incautos leitores, esta arte que nos coloca acima de qualquer outra espécie, que quando bem feita normalmente tem as delicadas mãos de mulher por trás.

Não estou dizendo com isso que os homens não sabem fazer poesia. Não. O que afirmo aqui com todas as letras é que uma mulher quando não tem pudores de expor sua alma em versos e rimas o faz com tamanha propriedade e de maneira tão sublime, que na minha parca opinião nem mesmo o ato de ser mãe as enche de tanta beleza quanto quando escrevem.

Ledusha, mulher multiletrada, me fisgou com as cicatrizes de sua Penélope.

A ver.


Cicatriz de Penélope

O dia se arrasta como um pêndulo
transfigurado luz imóvel de outono no quarto em desordem sempre busco pela casa
algo que não sei o que é mas sei que sobra, dele

velha melodia o ronco barulhento do seu carro amor ficar aqui até que o vento
refresque minha alma de tantas curvas até que chova e cheire a terra e passem
barcos e nuvens

o homem que me sorriu no elevador voltou em outras cores não era assim que eu
queria que você me olhasse?

conversa de mulheres, bordar e desbordar ainda há pouco retoquei cena por cena
o projeto do romance. assim não vale? alisar as plumas antes? máscara de artista,
me recuso

sinto desejo e sono. estremeço ao menor zumbido. mulher, pássaro penteando as
asas, sempre.

não sei se quando ele me beija pensa em palmeiras suspensas" tristeza que carrego,
sobra no tempo, ameaça. virgular é feminino

você pensa que me entende? eu não quis dizer ao mesmo tempo: alma e corpo faça
isso, pegue a minha mão, não faz tanto frio. tento dizer que colecionar pedras
em segredo não fica bem, baby

minhas lágrimas patéticas? dolores duran escreveu "por causa de você" com o
lápis de sobrancelha. uso esse vestido vaporoso com o mesmo lirismo. caminho
como se assobiasse e não reparo no homem que me deseja parado no sinal.


Ledusha Spinardi

Inventado por: Henrique Neto às 15:53 | Link |



. Chumbo


Ei tu reparou que mudou a cor do blog?

Pronto, pros felas de umas quengas deprimidos vai ser um prato cheio.

Se você não gostou da alteração melhor mudar de ideia, porquê vai ficar assim até eu não querer mais.

E quanto a sua depressão, vá tratar da prolactina que passa, não é Tânia?



Inventado por: Henrique Neto às 12:00 | Link |

20040308









Respeitável público!

Deflação (baixa nos preços por falta de vendas) em São Paulo, altas taxas de desemprego, a guerra urbana explodindo nos morros do Rio, enchentes no Nordeste, uma CPI descaradamente engavetada em Brasília, um vice falador em Belo Horizonte e no comando do país um presidente mais perdido que bala em boca de banguela.

Com essa caralhada de assunto os negos da imprensa vem com umas de fazer cobertura especial sobre a Luma de Oliveira, sua não gravidez e um casamento trocado por uma mangueira.

Fala sério né! Tá tirando a gente de otário?



Inventado por: Henrique Neto às 20:56 | Link |

20040307







ESGOTADO

06/03/2004
Los Hermanos


* * *


Anunciava o cartaz na bilheteria do Directv Music Hall.

* * *


Abertura do show: "Banda do Circo Garcia".

* * *


Directv Music Hall: Av. dos Jamaris, 213 - Moema - 3.100 lugares.

Inventado por: Henrique Neto às 20:56 | Link |

20040306






Tropicalia, o disco ou Droga Demais Enlouquece



No disco Tropicália ou Panis Et Circensis de 1969, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Os Mutantes sob a regência do maestro Rogério Duprat e o efeito de alguma substância alucinógena muito poderosa, produziram um trabalho que pode ser classificado como... Não, esse disco não dá para ser classificado como nada! É uma piração total, um papo totalmente Santo-Antônio-Caixa-d'água-abóbora, mora?

Produzido na fase em que Caetano Veloso tinha o mal costume de ir à tv para ser vaiado, esse disco é tido como o marco inicial do movimento batizado de Tropicalismo.

Para tentar situar a bagunça e (quem sabe assim) evitar que esse texto se torne uma "coisa" tropicalista, vamos por etapas:

A capa é um rol de excentrismos ininteligíveis. Gal Costa - irreconhecível - em um vestido amarelo posando de dona de casa. Tom Zé num paletozinho tímido, com uma pequena mala de couro na mão e na cara aquela mesma expressão de retirante nordestino. Caetano e seus famosos caracóis rebeldes ostentando um quadro com uma foto da Nara Leão. Gilberto Gil num roupão verde de tia gorda. Os Mutantes com seu penteado à la Beatles, e ainda tem um tiozão usando um penico de ágata como se fosse uma xícara (!).

A viagem alucinógena fica patente quando ouvimos a "obra", as músicas vão de Coração Materno (Vicente Celestino) ao Hino do Senhor do Bonfim. No final da faixa Panis Et Circensis há um corte brusco e logo um barulho de louça quebrada, ao fundo se ouve algumas pessoas apanhando os cacos enquanto uma música típica de festa burguesa é executada.

Gal Costa, em sua fase aúrea, interpreta Baby e Mamãe Coragem lindamente. Nara Leão comete um bolerão em Lindonéia. Caetano apavora com Enquanto Seu Lobo Não Vem e Os Mutantes tocam o puteiro em Parque Industrial.

Eu diria que a título de conhecimento vale a pena ouvir o disco.

Disso tudo eu tenho uma só certeza: o ácido que a galera tomava era dos bons. Agora entre classificar o disco como genial ou uma besteira sem precendentes, prefiro tomar uma Cajuína bem gelada.





Inventado por: Henrique Neto às 20:58 | Link |

20040305



O mármore do inferno e os filmes de censura


Ter nascido no interior foi muito bom, a começar pela lembrança de acontecimentos que até hoje trago comigo. Em Espírito Santo, como em qualquer outra cidade pequena, os fatos demoravam tanto para acontecer que quando finalmente aconteciam viravam um evento. O cinema de Zé Onório no final de semana era um desses eventos aguardados com grande ansiedade.

Me lembro das inúmeras sessões que lá assisti. Eram filmes de faroeste, dos Trapalhões, Teixeirinha & Mary Terezinha, A Paixão de Cristo e tantos outros repetidos a exaustão. Porém, havia finais de semana em que a programação era adulta e naquela noite só passava "filme de censura", nome que nós, os boyzinhos, dávamos aos filmes pornôs.

Nessas noites, mesmo sabendo que minha não entrada era líquida e certa, ia para a porta do cinema ver os adultos entrar. Quando a censura era 18 anos, via entrar apressados - e até um pouco constrangido - os rapazes daquela época. Ficava então imaginando cá com meus botões: "Deus vai castigar esse aí por tamanho desrespeito". Havia ainda os filmes com censura 21 anos. Esses eu imaginava serem os mais pecaminosos e as pessoa que os assistissem, já estavam com a reserva garantida no mármore do inferno.

Meu mundo até então era dividido entre os cristãos bons e merecedores do reino dos céus e os famigerados e maus que assistiam a filmes pornôs com censura de 21 anos.

Passado todos esses anos, me pergunto se há espaço suficiente no inferno e em seu mármore para todos os expectadores dos "filmes de censura" que há no mundo.



Inventado por: Henrique Neto às 21:01 | Link |



. beijar a tua boca e depois morrer


Leia esse artigo do Fernando Gabeira publicado no jornal Folha de S. Paulo em fevereiro de 1999, falando sobre a tragédia da valorização da violência e os impulsos sexuais inconscientes.

Eu sei que muita gente não gosta de ler, tem preguiça ou qualquer outra desculpa fraca nessa mesma linha, mas eu vou continuar com esse meu mal costume de indicar bons textos.



Inventado por: Henrique Neto às 21:00 | Link |



Olha
(Roberto Carlos - Erasmo Carlos)


Olha você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo eu gosto mesmo assim

Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui. 

Olha você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
Eu que sempre fui tão inconstante
Te juro meu amor, agora é p'ra valer

Olha vem comigo aonde eu for
Seja minha amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor.




Inventado por: Henrique Neto às 20:59 | Link |

20040302



Golpe!


Veja mais este golpe digital.

Uns "espertalhões" te mandam um eMail assim:

"O BANCO ITAU QUER TE PREMIAR... O Itaú esta com uma super promoção, Você cliente Itaú, além de contar com um banco que esta sempre a frente dos outros..Agora pode ganhar premios. Passagens aereas com hospedagens em hoteis de todo o País,e ainda 1 carro Ford Fiesta 0 km por semana. Para concorrer é muito rápido e fácil, basta se cadastrar

CADASTRE-SE AGORA MESMO E COMECE A CONCORRER.

www.itau.com.br

Certificado de Autorização SEAE/MF nº 06/0031/2003 Boa Sorte!!!"


O golpe consiste em: ao clicar no link do banco, vc é encaminhado para o seguinte endereço: http://www.qualityqueen.nl/nl/

Isso não parce ser um endereço válido do itaú, parece?

O eMail é enviado por: banco@itau.com. Um claro caso de máscara no username da conta.

Não caia nessa.



Inventado por: Henrique Neto às 21:03 | Link |



Soneto de fidelidade


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure



Vinicius de Moraes - Estoril - Portugal, 10.1939




Inventado por: Henrique Neto às 21:02 | Link |





































blogchalk: Henrique /Male/26-30. Lives in Brazil/Sao Paulo and speaks Portuguese. Spends 70% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection.


































































Tá procurando o quê aqui embaixo???
Rá lá pra cima