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20040226
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Pitú
Às vezes eu entro numas de ficar quieto, perdido entre devaneios privados e nas poucas vezes em que me apercebo disso, tento imaginar de onde pode vir esse meu lado nostálgico. Hoje, porém, tive uma lembrança que (talvez) esclareça esse comportamento.
Já disse isso aqui antes, mas não custa repetir. Nasci numa cidade lá no interior do Nordeste chamada Espírito Santo-RN e anualmente (de 26/jan. à 02/fev.) acontece a tradicional festa da padroeira - Nsa. Sra. da Piedade. Nesse período tudo acontece naquele lugar. Barracas vendendo santos, lembrancinhas, parques de diversão, turistas, nativos que moram fora e tudo o mais que possa contribuir para alterar a pacata rotina local.
Quem já foi em quermesse no interior sabe. Os parquinhos tocam músicas e as da minha infância, em especial, eram bem tétricas. Imagine aí você, um boy de três/quatro anos andando de roda gigante e ao fundo: Cadeira de Rodas, Feiticeira, Você Não Me Ensinou A Te Esquecer ou Chave da Cadeia de trilha sonora. Imaginou?
Agora me diga: uma criança que tem histórias de chifres, doenças terminais, desilusões amorosas, e outros fatos inconvenientes do cotidiano como temática musical pode ser um adulto extremamente feliz e sorridente!?
Claro que não! Uma pessoa dessa só pode ser um adulto cheio de azedume.
Não tem nem como o cabra crescer sem ser chegado numa Pitú com limão.
Inventado por: Henrique Neto às 22:21 | Link |
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Meu sobrinho fez um blog (bah!) e ele pediu para eu botar um link daqui para lá.
Tá bom Ícaro, quando você aprender a escrever eu boto...
Inventado por: Henrique Neto às 19:27 | Link |
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20040221
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My Funny Valentine
by: Miles Davis
My funny Valentine
Sweet comic Valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable
Unphotographable
Yet you're my favourite work of art
Is your figure less than Greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?
But don't change a hair for me
Not if you care for me
Stay little Valentine stay
Each day is Valentine's day
Inventado por: Henrique Neto às 19:20 | Link |
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20040220
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O Bunitão das Tapiocas
O Nordeste é um celeiro de comediantes.
Excelentes. Com total domínio do tempo (fundamental no humor) e verve para fazer rir especialmente quando improvisam. Comediantes de grande sucesso na região, mas sabe Deus por qual razão, aqui no sudeste nem se ouve falar neles.
Mução faz parte desse grupo de desconhecidos do público sulista. Comediante com programa diário em uma rádio de Fortaleza, ele é sucesso na região (uma rede de rádios retransmite para os estados vizinhos) e lider de audiência no horário das 16:00 às 19:00h. de seg. a sábado.
No programa As pegadinhas do Mução, ele faz humor de improviso provocando invariavelmente situações inusitadas para os participantes que, desavisados, recebem suas famigeradas ligações. Quando estava em Natal ouvi algumas vezes As Pegadinhas... além de um CD com os melhores momentos. O cara realmente manda bem.
No seu site oficial é possível ouvir e baixar os melhores momentos do programa. Há também um link para ouvir ao vivo.
Visite e dê boas gargalhadas com as pegadinhas do Mução.
Inventado por: Henrique Neto às 19:20 | Link |
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20040219
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Abusado - O Dono do Morro Dona Marta
Li durante minhas férias esse livro que narra as venturas de Marcinho VP, o traficante que por diversas vezes comandou a favela de Santa Marta no Rio.
Caco Barcellos conseguiu fazer um excelente documentário sobre a vida dos moradores das favelas cariocas, mostrando como é o convívio com as mazelas sociais que só de vez em quando aparecem no noticiário.
O livro é um catatau de mais de quinhentas páginas, mas a história é tão envolvente que uma vez começado você não consegue parar de ler. Outro ponto que joga a seu favor é o fato dele ser composto de pequenos capítulos, o que auxilia para uma leitura bem agradável.
No entanto há um ponto negativo a ser considerado. Caco Barcellos vacila entre manter uma narrativa jornalística e uma descrição romanceada - ainda que de leve - dos fatos. Isso causa estranheza em alguns pontos da leitura.
Já outro ponto positivo a se observar é que ele mantêm neutralidade quando fala do estilo de vida dos personagens. Não há nenhum discurso piegas defendendo os bandidos e sua condição ou o contrário. Fatos são contados como ocorreram e ponto.
Leia. É uma realidade a ser conhecida independente de conceitos morais.
Inventado por: Henrique Neto às 20:17 | Link |
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"(...) há meros devaneios tolos a me torturar."
Inventado por: Henrique Neto às 19:15 | Link |
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20040218
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Chuva, sexo e um carro no prego
Se conheceram numa festa em meio a chuva. Foi desses encontros casuais marcantes. Conversaram um pouquinho, riram outro bocado e logo estavam a caminho do motel.
Depois de uma noite de loucuras impublicáveis, leves, entraram no carro para voltar para casa. Era um domingo de manhã mais ou menos ensolarado. O carro funcionava mais ou menos bem, mas nessa manhã especificamente, ele estava numa fase de menos e não pegou nem depois de reza brava.
Ele, com quase cinquenta centavos no bolso, não tinha como voltar para casa. Ela tinha R$ 0 na carteira. Constrangidíssimos, entraram num lotação. Próximo do ponto, explicaram a situação ao trocador, que aceitou receber as passagens só no final. Lá chegando, ficou esperando o passageiro liso voltar com o dinheiro.
Era oito da manhã, ele entra na casa de sua avó e explicando a situação, pede o dinheiro das passagens emprestado. Na mesa do café todos fizeram grande esforço para não rir da desafortunada situação.
Na companhia do seu pai, voltaram ao motel para rebocar o carro quebrado. O rebocador casual era uma ambulância, dessas em que se pode ler facilmente: Prefeitura Municipal de Quiproquó.
PS.: Essa história é real e os nomes só não foram divulgados para que ninguém saiba que falo do meu sobrinho. Não é Plínio?
Inventado por: Henrique Neto às 19:13 | Link |
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20040213
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Concordância
Em Asa Branca, Luiz Gonzaga canta: "(...) espero a chuva/ cair de novo/ pra MIM voltar pro meu sertão".
E aí, o que dizem os histéricos puristas da Língua de plantão, sobre esse erro de concordância cometido pelo cultuado Gonzagão?
Inventado por: Henrique Neto às 21:13 | Link |
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Da série: "As Dúvidas Mais Inquietantes do Planeta"
Quando será que a Juliana Paes vai sair na Playboy?
Aposto que essa é uma dúvida que assola quinze em cada grupo de machos.
Inventado por: Henrique Neto às 20:12 | Link |
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.Pequena ópera triste .
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.Joselito era o palhaço do circo
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.Desses bem pobres e tristes
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.Ana era dançarina e mulher de "Rogê, o mágico"
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.Joselito amava Ana perdidamente, mas nunca disse
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.Ana gostava dele e também achava que era um bom rapaz
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.Rogê soube dessa admiração e proibiu Ana até de olhar para Joselito
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.Na hora do trapézio, Joselito impulsionou seu corpo três vezes até subir bem alto
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.Depois, olhando estático para Ana, se jogou ainda de costas e sem rede de proteção
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.O dono do circo pôs na frente uma placa: "precisa-se de um palhaço"
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Inventado por: Henrique Neto às 19:08 | Link |
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20040212
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Dogville
Taí um filme caceiteiro!
Se eu fosse você ia assistir só para ver (com o seu próprio par de olhos) que o que falo é verdade, porque eu não posso contar nada mais para não estragar.
O sr. Gumex (é...! Àquele meu conterrâneo que pega o celular na pontinha dos dedos) depois de assistir, me disse grave: um grande filme, viu Henrique! Um grande filme!
Eu daria um oscar a Nicole Kidman.
Inventado por: Henrique Neto às 19:04 | Link |
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20040210
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Geni, o traveco
Nessas minhas férias, fiquei sabendo de um fato que poderá mudar o curso da história da humanidade. Meu sobrinho, Ícaro - um rapazinho presunçoso - me disse que após muitas audições da belíssima canção do Chico Buarque, Geni e o Zepelim, ficou decepcionado ao descobrir através do seu professor de Português que a Geni é na verdade um travesti.
Pânico geral!
- Meninas gritem histericamente (imaginem uma barata vindo na sua direção. Uma não, duas), por favor.
Como eu nunca me liguei disso? E agora, o que eu faço com minha resoluta crença juvenil sobre o fato de ela, a Geni, ser uma puta? Se bem que puta ou traveco, a situação não melhora muito para ela, digo, ele. Mas uma coisa é ser puta, outra é ser traveco.
Por segurança, ficarei mais atentos as marotices do Sr. Chico Buarque e em caso de dúvida, recorei ao meu jovem, porém limpo sobrinho.
Aos incautos, a letra.
Inventado por: Henrique Neto às 15:57 | Link |
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A festa I
A cidade estava em festa. A maior do ano. Dessas em que se utiliza o artigo definido no feminino quando se referem a ela só para ressaltar sua importância. Pelas ruas barracas vendiam santos de varios tamanhos e nomes, lembrancinhas e toda sorte de inutilidades. Nas calçadas, moças sentadas para ver passar os rapazes que vinham de fora em caravanas. Tudo indicava que aquela seria uma grande noite.
Gente bonita trajando suas melhores roupas, música ao vivo na rua, novidades a cada esquina. Na única semana em que "a festa" acontecia, fazia sentido viver naquele lugar. O colorido das barracas enfileiradas na rua principal formava um cordão de luzes, o vai e vem nervoso dos forasteiros, a música tocada nos parques de diversão, tudo exaltava os ânimos da cidade transfigurada.
Porém, lá pelas oito horas da noite, quando as moças ainda se ocupavam da arrumação dos seus cabelos e os rapazes perdiam longas horas escanhoando suas barbas, o inesperado aconteceu. Uma chuva torrencial e resoluta desabou sobre a cidade.
Nos primeiros minutos, todos tinham certeza que era só mais uma de verão, forte, porém rápida. Uma hora depois, percebendo que o volume da água só aumentava, a cidade foi tomada por um tímido desalento.
Os que tinham ido à missa lá mesmo ficaram ilhados dentro da igreja. Nas casas as pessoas revezavam-se na janela para ver se a chuva havia parado. Presos, com as roupas por usar penduradas na porta em cabides, não tinham nada a fazer além de esperar.
O barulho da água nos telhado era tão forte que não se podia ouvir nem mesmo o som da tv. O incômodo da convivência forçada começava a se mostrar. As casas cheias de parentes que não se viam o ano todo e que portanto, nada tinham a dizer uns para os outros, estavam impregnadas por uma atmosfera pesada. A chuva, totalmente inoportuna, colocava frente a frente aqueles que se evitavam até no olhar. O sobrinho não sabia o que dizer a velha tia; sentado na sala de frente a ela, sorria palidamente a cada vez que os seus olhares se cruzavam. Ela, por sua vez, vacilava sem lembrar o nome daquele rapazinho. Os primos, criados longe por desavenças de seus pais, se olhavam com certo desdém enquanto fingiam folhear uma revista.
E a chuva não parou. Três horas depois continuava tão forte quanto havia começado. As pessoas ensaiavam sair de casa em trajes comuns. O show na rua havia começado mesmo sem público para aplaudir.
A tempestade estampou no rosto de cada um a solidão característica dos dias de chuva. Resignados, alguns tomavam pinga pura para despistar o tempo. Outros, profundamente frustrados, foram dormir mais cedo. Uns poucos, menos afetados pelo convívio forçado, tentavam se lembrar dos nomes dos parentes mortos vasculhando a memória até onde conseguiam. Procuravam, sem sucesso, acertar quem era o homem de bigode fino na foto esverdeada pendurada na parede da sala. Por pouco não descobriram que aquele de olhar vazio era seu bisavô, e foi por causa dele que a festa havia começado e até hoje se repetia pelas eternas e solitárias noites de chuva.
Inventado por: Henrique Neto às 12:49 | Link |
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20040207
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O significado do seu nome
Dando uma vasculhada nuns posts antigos desse blog, encontrei o link desse site que diz o significado do nosso nome. Vá lá e veja o significado do seu. Muito bacana!
Inventado por: Henrique Neto às 18:47 | Link |
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. dos que amam
Me ligou no meio da noite chorando e pedindo desculpas. Me deixou confuso. Disse que não queria agir assim, mas era para eu entender. O fulano queria que as coisas fossem conduzidas dessa maneira.
Não entendi nada. Doida. Nem as mulheres de Almodovar são tão loucas. Elas ao menos contam a história do princípio, já você não. Fala o assunto pela metade e ainda espera que eu entenda.
Você tem certeza que vai me trocar por esse aí? Eu nunca vasculhei seu celular em busca de pseudo-traições. Sempre acreditei que a privacidade cai bem a qualquer um, ela e suas contrapartidas. Já ele...
Me diga - claramente - o que espera de mim. Diga se é para eu sumir, nunca mais ligar, te esquecer de todo, ou permanecer apaixonado a sua espera. Diga, porquê sinceramente já não entendo mais essa história.
Me mande uma carta esclarecendo tudo. Dizendo, quem sabe, que fui um péssimo amante e esse amadorismo te fez desisitir de mim e das minhas idiossincrasias. Vamos, continue sendo tão expontânea, se é que ele já não tirou até isso de você.
Faça isso tudo, mas só faça se for de pressa, porquê o tempo rouba a paciência até dos que amam.
Inventado por: Henrique Neto às 18:46 | Link |
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20040206
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Off line
Férias. Dessas quase longas, que duram pouco mais de um mês, mas só um pouco. Férias com direito a praia, chuva, festas, namoradas casuais, cachaça, comida caseira, seção da tarde e muita cabeça fria. Mas, como isso aqui não é uma redação do primário onde forçadamente discorríamos sobre o feliz período longe da escola, cesso agora mesmo essa descrição.
A ausência intencional do blog, incautos leitores, foi mais séria do que podia parecer. Foram quarenta e dois dias "off line", totalmente desconectado do mundo virtual. Estava ocupado com as conectividades humanas e tangíveis, e quer saber!? Foi bom para mim.
Sim. Existe vida longe da net, acreditem, e ela é muito mais emocionante.
De volta à Sampa, fica a lembrança das pessoas que amo lá em Natal - e eles são muitas -, da família numerosa e docemente problemática, dos amigos que fizeram tantas fetsas para minha despedida, das mulheres potiguares, sempre belas, das praias (minha grande paixão) e do chá de café.
Estou de volta, caro bloguespectador, para tristeza de muitos e alívio de poucos.
Inventado por: Henrique Neto às 18:50 | Link |
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