A caminho de Curitiba




Muros da cidade

Filme romântico-niilista


A mocinha arrependida querendo voltar.

Cortei nessa cena. Sei que você não vai gostar. Vai dizer que ficou clichê e eu vou pensar na quase impossibilidade de não o ser.

Foi naquele sábado em que folgamos com o relógio, que pensei em tomar outras atitudes. Talvez, antes de falar do mais sério, comprasse flores, botasse um disco de Roberto e ensaiasse umas coisas bem bonitinhas que tinha pensado em te dizer. Mas daí me lembrei das armadilhas da previsibilidade, e declinei ao convite. Logo eu.

Era bem cedo (ou teria sido tarde?) quando me ligou para contar amenidades. Você falou sem respirar, quase não usou vírgulas e nesses hiatos, me disse que sim, 'Ainda tinha saudades'. Tentei responder qualquer coisa como 'eu também', aí foi você de novo quem me emudeceu anunciando seu amor.
Eu, me acabando de medo de cair nessa fogueira
Eu, vivendo a plenana primavera do 'ainda é cedo'
Eu, na minha melhor atuação de O Homem-clichê

Adiantei alguns quadros até aquela parte onde a mocinha, enquanto arruma o guarda-roupa, percebe que está enganado a si mesma. Exatamente nessa cena, ela para, olha para a frente e como se procurasse algo entre as roupas penduradas nos cabides, tem o tal momento de iluminação. Daí rola um flash-back na sua cabecinha quase frívola.

Mais uma cena-clichê, eu sei.

Já quase no fim do filme, o mocinho compra uma flor para enfeitar a casa dela. Ela recebe a flor, e enquanto busca um vaso, lhe diz: 'Flores ficam bem com vinho, darling!'. Pelo tom em que ela articula o 'darling', ele percebe que perdeu uma ótima chance com medo de parecer clichê.

Contei como tinha imaginado o fim da história, ela ouviu tudo quieta e me olhando com grande curiosidade. Não fez perguntas nem nada comentou, e permaneceu com uma cara densa por alguns segundos. Depois, com um constrangimento que não lhe caia bem, pediu que botasse O Portão* como música de fundo na cena final.


* Dia desses, meu irmão me confidenciou que chora a cada vez que ouve essa música.

Embu das Artes










A menina dança










Largo de São Francisco

Vem Morena





Benedito

Dos grandes mistérios da humanidade


Ainda menino, lá pelas margens do rio de Jacu, a cada vez que um parente, agregado ou coisa que o valha ia viajar, fato raro naqueles tempos de carestia, logo tinha alguém da casa a lhe fazer uma estranha encomenda: "Traga uma pedrinha de sal na língua!".

Dos muitos mistérios que assombravam minha cabecinha fértil – mais fértil que puta de beira de estrada, já àquela época –, esse era um dos quais nunca consegui desvendar, e 'inda hoje, mesmo aplicando conhecimentos científicos magistrais, ou me valendo da multimodalidade na logística; o transporte da famigerada 'pedrinha' na língua me parece tão intangível quanto a possibilidade de Alessandra Negrini dizer que vai deixar Otto, só porquê está arriada os quatro pneus por minha humilde pessoa.

Moral da história!?

Não rapaz! Foi só uma lembrança que eu tive, mesmo...

Celebridade, já cirurgiada da pata, pode virar notícia nacional

A cirurgia pela qual a jumenta 'Celebridade' passou, já é considerada um sucesso, inclusive a sua recuperação. Hoje, pela manhã, o animal foi beneficiado com uma prótese doada por Leonardo Vasconcelos, representante regional da Orto Rio. Além disso a jumenta já consegue se alimentar e beber água normalmente. O sucesso da jumenta ultrapassou os limites da cidade e pode virar notícia nacional. O jornal impresso Folha de São Paulo já se interessou pela história e está prestes a publicá-la.

O empresário e criador de animais que acolheu o bicho, Tadeu Arruda Câmara, afirma que está muito feliz, tanto com a recuperação como com a presença de Celebridade em seu Rancho, que fica em Parnamirim. Tadeu explica que Celebridade está convivendo muito bem com os outros bichos, inclusive com sua parceira Chuchu, que é outra jumenta adotada pelo empresário. "Você não faz idéia do tamanho de minha satisfação e a cada dia tenho uma nova surpresa. Ela já começou a me reconhecer e demostra isso", diz Tadeu Arruda.

Ele relatou que a pata operada não está mais sangrando, como ficava antes, e nem está inchada, pois todos os medicamentos foram comprados, como pediu o veterinário. "Ao que parece ela está livre de infecção, pois agora ela irá cicatrizar o machucado. Com relação aos remédios, ela está tendo toda a assistência e esperamos que em pouco tempo ela possa ficar normalmente em pé", afirma Tadeu.

A expectativa é que, com a prótese que ela irá receber, o animal possa caminhar e ir até o pasto, que de acordo com Tadeu, fará muito bem a ela. Sobre a doação da prótese, o criador de animais agradece o gesto, por se tratar de uma peça muito cara.
Além disso, Tadeu revela que o seu intuito não é aparecer na mídia e que, antes de adotar Celebridade, ele esperou que alguém se habilitasse. Ele explica que depois que ela ganhou espaço na mídia, as pessoas estão entendendo mal a sua atitude. "Eu dei esse tempo e me acovardei, diante dessa necessidade do bicho, que me sensibilizou. Já fui entrevistado pela Folha de São Paulo e provavelmente amanhã a matéria sairá", afirma Tadeu.

Leonardo Dantas - Repórter - Jornal de Hoje, Natal - RN

"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro."

Assim, com um trecho de romance de Sabino conhecido por citação de amigos, é que venho te dizer que, mesmo eu tendo me esforçado em complicar o simples, mesmo eu abusando de minhas manias, fatigando sua paciência, errando na dose e perdendo a clareza na arte do bom proceder, sei que minha vida está demasiada amalgamada a sua para pensarmos em qualquer coisa parecida com 'cada um pro seu canto'. Sei que, apesar de mim e de minha burrice institucionalizada, de minhas tentativas de sabotagem ao nosso amor, e da maneira errada que tento ser quem não sou, meu amor é grande o suficiente para eu me ocupar com maneiras de nunca mais te perder.

Três dias e eu enlouqueci pensando em como pude.
Três dias e parecia que nada tinha graça.
Três dias e meu peito batia oco, como se algo tivesse sido deixado pelo caminho.
Três dias e eu querendo saber se você tinha se agasalhado direito.
Três dias apenas e eu desejando eternidade.

Você está proibida de se apartar de mim.

O show já terminou


Graças a Deus que a seleção perdeu. Se eu estivesse no jogo de sábado lá na Alemanha, certamente seria aquele torcedor que carrega o cartaz com o: "Eu já sabia!!!".

Graças a Deus sim. Você já parou para imaginar o inferno que seria se o Brasil ganhasse essa copa? Já imaginou o Lula fazendo suas famigeradas analogias sobre futebol (daquelas que só ele consegue) que nos levam do nada ao lugar nenhum, em pró de sua candidatura? Não. A gente realmente merece coisa melhor.

Chega dessa catarse. Em época de copa o país fica reduzido ao futebol, parecendo não haver nada além no país. É hora de acordar e olhar para todos os deputados que escaparam da cassação e estão aí de novo, pedindo seu voto com uma naturalidade de fazer medo. Olhar para Lula e seus quarenta amiguinhos, e exigir explicações sobre esse mar de lama de causar engulho até nos estômagos mais fortes. Cobrar os sete milhões de empregos (ele, como alardeou em campanha federal, só entregou três dos dez prometidos) que ainda faltam. Questionar essa gente suja e dissimulada que não pretende deixar o poder.

É hora de promover mudanças, analisar propostas, cobrar as promessas e exercer, de maneira centrada, nosso direito a democracia.

Vamos olhar/pensar o Brasil como ele de fato merece. Um país continental, cheio de problemas estruturais, carências das mais diversas ordens e que, inserido nessa realidade, há "também" o futebol, o samba e a vontade de um povo que ri apesar de tantos pesares.