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20040731
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Eu estava lá
Eu estava lá, sim!
Escondido atrás do muro
Vendo quem pendia,
Quem sofria,
Quem ganhava,
Quem perdia...
Conheci as ladeiras
Retratadas entre lamas e poetas
Bêbados febris,
Batons vermelhos,
Corpos ardis...
Quando estava lá
Ouvindo conversas exclusas,
Troca de favores,
Falsos amores,
Corrupções...
Calei a minha alma,
Mas não tive coragem de sair...
Tornei-me cúmplice,
Parte de um todo,
Mãos e palavras atadas
pelos favores que devia
Sem saber, ao menos, a quem devia...
Contei os dinheiros
Que compraram os títulos
Dos que tanto me odeiam...
Juntei as mãos
E orei como o mais fiel ateu...
Sofri...
Confesso...
Presenciei o crime.
O sangue ainda tinge a ladeira.
A banda calou,
As máscaras já não mais existem...
Não era mais carnaval...
Na hora marcada
Eu estava lá...
Ouvindo promessas,
Plantando sonhos,
Escrevendo essa história...
José Correia Torres Neto (um conterrâneo e amigo da Crys)
Inventado por: Henrique Neto às 16:31 | Link |
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20040727
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TPM
O meu camarada João Paulo Cuenca, lá do Rio, está escrevendo na revista TPM. Fui prestigiar a estréia do rapaz e veja só no que deu...
Inventado por: Henrique Neto às 19:38 | Link |
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20040722
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Enquanto arrumo a mala
De impossibilidade em impossibilidade é que tenho vivido. Passo dias concatenando pensamentos desconexos e apesar disso, ainda tento fazer uma leitura subliminar dos fatos. O caos.
Ontem, feliz pela moça do ônibus que me deu trela, pensei em vender a bicicleta, comprar uma samambaia e talvez, até mês quem vem, suturar o cisto sebáceo do meu pé esquerdo. São planos, ainda.
Lendo Galera, confundi com João que agora escreve para meninas em suplemento dominical. 'Uma grana fácil fora a parte óbvia', me confidenciou por carta. Ela também escreveu. Se humilhou, pediu perdão, pediu para voltar e me deixo assim, de coração balançado. Jura que não vai mais caçar no celular evidências de um beijo sem paixão, uma noite de sexo recreativo. Fez pela vez derradeira. Creditei – como sempre.
Estava aqui pensando no controle que a gente pode exercer sobre as pessoas, ainda que elas nem te conheçam, o medo as deixam fáceis e dóceis. 'Uma belezura', teria dito trajando seu mais caro 'tallieur'. Porquê todas as balzacas são gostosas? A Maria e seu nariz de princesa das Ilhas Canárias, a Paula, Débora e claro, Bruna.
Sentido culpa, dessas bem doídas, chorei sentado na privada pensando em como tinha sido cachorro. Gostava demais dela, mas não disse e nem me cuidei. 'Um crápula!'. Diria o pai se vivo. Concordaria com ele, mas, fingindo constrangimento, faria com que lembrasse de sua condição inferior, ainda que morto.
Inventado por: Henrique Neto às 23:22 | Link |
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20040720
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- O problema é que sou velho. E esse sentimento, de certa maneira, me deixa curioso em relação ao meu futuro.
Inventado por: Henrique Neto às 23:59 | Link |
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20040714
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. Um amor de verão num inverno errado
Ligou de Porto Seguro, parecia feliz. Talvez, bronzeada, ficasse de frente ao espelho arrumando o biquine na marquinha. Cheirosa, pôs um chapéu de palha e foi caminhar na areia com sorriso nos lábios. Lembrou das loucuras que já tinha feito com àquele homem, umas envolvendo gelo, creme de 'marshmellow' e emplastro. Tentou focar a atenção na praia feia de areia escura.
Ele, em casa, nutria outras paixões avassaladoras, dessas de cama, táxi e os filhos amarrados dentro de preservativo. Olvidava do nome, do rosto, lembranças do desenho do seu sexo depilado, apenas. Gostava desse seu lado conquistador 'paraguas'. Fazia o tipo romântico, desses de dolores duram.
Sem conseguir dormir, sozinho no quarto de hotel, senta com os pés no tapete frio, apóia o queixo no punho e, chora. Copiosamente. Pensa no seu mundo-perfeito-de-mentiras que criou para saciar fome alheia. Um caso comprovado de história ruim contada em noite de gala do circo sem futuro. Pensando nela, desdenha o 'book' de gentis damas, não sai a caça e pensa nos momentos felizes juntos. Homem traído é mesmo um porre!
PS.: Os nomes estão trocados por razões óbvias.
Inventado por: Henrique Neto às 01:05 | Link |
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20040712
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Emplastro Sabiá
Quando ia os dezesseis, farto do nada-fazer na minha querida 'Espito Santo' (e só quem tem intimidade pronuncia assim seu nome) ingressei num grupo de teatro de rua. Era brincadeira divertida e cheia de novidades que aguçavam as idéias. O professor vindo da capital, já tinha rodado meio mundo apresentando suas peças de teatro de roda.
Com empenho de todos do grupo e apoio da prefeitura, montamos uma peça educativa nada chatinha sobre saúde bucal. A mulher do diretor do grupo fabricou os adereços e as fantasias que usaríamos – aliás primorosas, nós compusemos as músicas, ensaiamos com afinco e cá de minha modéstia, posso afirmar que fiz a cárie mais convincente da história da dramaturgia universal, até porquê além de mim, duvido que alguém em sã consciência tenha se prestado ao vexame de protagonizar uma cárie.
Chegou a grande noite. Fantasiados e cantarolando as músicas de entrada, saímos pelas ruas chamando o povo para assistir a tal marmota. Num ponto alto da trama, eu, a cárie personificada, erguia nos braços um dente branco de fazer raiva. Dentes, como sabemos, além de alvos também são gordinhos (lembre de um molar) e essa atriz-dente por mim erguida não era diferente.
Consegui com certo esforço terminar a encenação sem fazer feio, mas no dia seguinte...
O dia seguinte
Acordei com uma terrível distensão muscular no peito que somente após muita elucubração e hipóteses levantadas em vão pelos parentes mais próximos, descobriu-se tratar de um clássico caso 'de peito aberto'.
Eu, cara dona de casa, estava 'de peito aberto' e achava isso lindo, apesar da dor. Estar 'de peito aberto' tinha um tom lírico, um quê de 'unfinished sadness' sertanejo e uma dor fina que latejava até com o simples ato de respirar.
No início desse ano, de férias na 'terra santa', uma amiga se lembrou dessa passagem e revelou que em sua meninice, a cada vez que ouvia meu nome, lembrava que eu sofria 'de peito aberto'.
Peito aberto tratado com emplastro Sabiá, um caso de poesia pronta.
Inventado por: Henrique Neto às 23:15 | Link |
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20040705
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domingo com amigos
Uma tarde de domingo ao lado de velhos amigos tomados por uma conversa frouxa que invade a noite. Um litro de vinho, um almoço animado regado de histórias da vida, lembranças faceiras e uma meninice que não se acaba mais. Visitemos nós os amigos nas tardes ensolaradas de domingo. Festejemos que a vida não é só doída, ela sorri.
Dissemos das idéias, rimos do passado e numa melancolia digna de Piaf, a tarde e seu pôr-do-sol de verão – tão precoce. Presenteemos flores, sempre, para deixar os ambientes novos coloridos. Feliz daqueles que recebem flores e sóis na sala de casa com mesa de toalha de renda. Feliz das casas e suas rendas, seus cantos de flores e não-me-deixes.
Uma roda de amigos numa tarde de sol. Uma tarde de domingo numa casa de luz e ao longe, um pôr-de-sol cheio de cor.
Não tem dinheiro, irmão, que pague a palavra do amigo numa tarde ensolarada de domingo.
Inventado por: Henrique Neto às 23:53 | Link |
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!
entrei numa comunidade orkut, mas cravos continuam a nascer em meu nariz.
Inventado por: Henrique Neto às 22:52 | Link |
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20040704
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esse é o reino da alegria
"Eu já caí/ já estou no chão/ e estou torcendo para você/ ficar na merda/ como eu também estou nessa merda/ então porquê não ficar aqui?"
São com esses versos que Merda, uma das excelentes faixas do cd Nadadenovo, se inicia numa espécie de ode ao amor e a tristeza por seu fim. Merda, aliás, é uma bossa bem no estilo 'Joãogilbertiano'.
Senhoras e senhores, diretamente de outras plagas (fora do eixo da Dutra), mais especificamente da cidade do Recife, lhes falo de Mombojó e nem me venha perguntar se essa é só mais uma banda de 'mangue beat'.
Mombojó faz um som recheado de referências ao mesmo tempo em que soa saborosamente autoral. E essas referências são muitas, de João Gilberto a Bestie Boys, passando ainda por Tom Zé, Los Hermanos, Jorge Bem e outros tantos a se identificar.
Pânico da inteligentsia sulista, os componentes da banda são pós adolescentes, cantam com 'sotacão' recifense, alternam roques e surf music com sambas sincopados e deixam claro que não são o novo Chico Sciense ou coisa parecida. São sim, e tão somente, o novo Mombojó. Pânico de novo por terem parceiros como China (ex Shake Tosado), gravado o disco num intervalo de dois anos (um prazo impensaável até para os medalhões da música) e com recursos conseguidos lá na cidade do Recife. Alô, alô gravadoras!
Melhor que o cd do Mombojó só o show do Mombojó. Pude constatar isso há dois meses numa performance vigorosa da banda no Ballroom.
Entre no site e baixe todas as faixas do disco, pois além de estarem disponíveis em versões completas e gratúitas, os arquivos ainda têm excelente qualidade (128 kbps. de resolução).
"(...) deixe-se acreditar/ nada vai acontecer/ tudo pode ser/ nada vai acontecer/ não tema/ esse é o reino da alegria".
Inventado por: Henrique Neto às 11:44 | Link |
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20040702
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O seu caô
E tudo é mais simples do que parece. Disse Antônio, grave como a aparência do seu nome nos dias que correm.
Ela, preocupada com o marido e a manutenção de um casamento de aparências (sic.), preferiu a comodidade dos condomínios fechados a beira das rodovias.
Acha, contudo, que o mundo, as pessoas e sua irmã mais velha não são justos ou não a compreendem. Preferiu o luxo dos condomínios fechados.
Vive procurando nos signos virtuais as explicações que melhor o definam. Tudo em vão, talvez descubra. Perdeu a credibilidade e as chances desde que optou e agora, resta o vazio de uma casa num desses condomínios fechados a beira da rodovia.
Ele, do alto do décimo andar, contabiliza as noites em claro com as muitas mulheres que passam por sua cama sem deixar escova de dente. Putaria, entrava numa briga para fazer parte de mais uma. Tentava lembrar do gosto de cada uma das mulheres que passaram por seu apartamento. Tinha memória dos paladares.
Ela, perdida entre seus muitos sapatos, vestidos, perfumes e objetos caros padecia da falta de um homem. Ele, perdido no seu rastro padecia de uma mulher para amar. Abstraía com dados técnicos, estatísticas e viagens cheias de hotéis e aeroportos igualmente solitários.
Acendeu mais um beque. Sentou no chão frio e disse olhando nos olhos da namorada do dia: Você tem um pé lindo, sabia?
Inventado por: Henrique Neto às 12:58 | Link |
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