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20031115



. Seu nome era Flávia


A moeda corre pelo chão imundo do banheiro da rodoviária. A derradeira moeda caindo estrategicamente dentro do ralo. O café da manhã de Flávia. Seu ultimo trocado. Agora só sobrou a passagem de ida para Maceió. Flávia não consegue se equilibrar sentada na privada. Teve uma noite difícil, batalhou para conseguir o dinheiro da passagem e uns trocos para comer no caminho. Flávia não sabe porquê esta indo para Maceió. Não sabe do que foge, mas ainda assim segue.

Dopada de sono, Flávia enfia a mão na água podre do ralo, o frio lhe faz gelar a espinha. Ela chafurda a lama em busca da moeda, não pode perdê-la por nada. Flávia sente fome. Faz noites que não dorme direito, da ultima vez que tentou, acordou queimada com ponta de cigarro na sola dos pés. Flávia tem se deitado para conseguir dinheiro.

Saiu da casa dos pais em Belford Roxo sem trazer nada. Uma mochila com duas mudas de roupa e um agasalho, Flávia não entende porquê foge. Sabe apenas que precisa tentar sua vida longe, onde ninguém possa importuná-la. Seus pais não entenderam nada, nem um bilhete de despedida ela deixou, nenhuma briga para justificar a ida, apenas a ausência inesperada.

Flávia pensa em morar no mar, levar uma vida simples e neste conceito de "simplicidade" cabia, inclusive, viver de favores. De carona em carona, descobre que as coisas são bem piores que imaginava, mas não se resigna. Pensa no conforto que deixo para trás e na estrada que ainda falta para chegar. Sabe que tudo tem um preço e está disposta a correr riscos. Tem medo apenas que roubem o crucifixo de ouro que sua avó lhe deu pouco antes de morrer. Flávia é filha única.

Ela fuma compulsivamente. Só pára quando o cigarro acaba ou falta quem lhe dê. Ela odeia filar cigarro dos outros, mas o vício maldito impede de resistir. Fez seu pai queimar uma grana comprando mais um desses milagres anti-tabagismos vendidos pela tv. Pura perda de tempo.

Agora tenta se esquecer dos perigos da estrada para continuar pedindo carona. Flávia se lembra de seu namorado. Pensa em quanto o amou e ri satisfeita. Planeja viver mudando de cidade em cidade até se aclimatar em alguma definitivamente.

Da boleia do caminhão, vê passar a vida em câmara lenta. Flávia adora paisagens. Três dias depois deu na manchete do jornal: Jovem é encontrada morta à beira da BR 101. Próximo ao corpo a polícia encontrou uma mochila com algumas roupas, um crucifixo de ouro e documentos da vítima. Seu nome era Flávia.



Inventado por: Henrique Neto às 17:03 | Link |





































blogchalk: Henrique /Male/26-30. Lives in Brazil/Sao Paulo and speaks Portuguese. Spends 70% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection.


































































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