O seu caô
E tudo é mais simples do que parece. Disse Antônio, grave como a aparência do seu nome nos dias que correm.
Ela, preocupada com o marido e a manutenção de um casamento de aparências (sic.), preferiu a comodidade dos condomínios fechados a beira das rodovias.
Acha, contudo, que o mundo, as pessoas e sua irmã mais velha não são justos ou não a compreendem. Preferiu o luxo dos condomínios fechados.
Vive procurando nos signos virtuais as explicações que melhor o definam. Tudo em vão, talvez descubra. Perdeu a credibilidade e as chances desde que optou e agora, resta o vazio de uma casa num desses condomínios fechados a beira da rodovia.
Ele, do alto do décimo andar, contabiliza as noites em claro com as muitas mulheres que passam por sua cama sem deixar escova de dente. Putaria, entrava numa briga para fazer parte de mais uma. Tentava lembrar do gosto de cada uma das mulheres que passaram por seu apartamento. Tinha memória dos paladares.
Ela, perdida entre seus muitos sapatos, vestidos, perfumes e objetos caros padecia da falta de um homem. Ele, perdido no seu rastro padecia de uma mulher para amar. Abstraía com dados técnicos, estatísticas e viagens cheias de hotéis e aeroportos igualmente solitários.
Acendeu mais um beque. Sentou no chão frio e disse olhando nos olhos da namorada do dia: Você tem um pé lindo, sabia?
Inventado por: Henrique Neto às 12:58 | Link |
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