Página inicialPágina inicialPágina inicial

Click e veja a previsão do tempo em São Paulo-SP
São Paulo - Brasil






















Ei, assine meu livro de visitas!


 

Terra Santa
Blog do Mirandsa Sá
flickr
Orkut






# 2006!
+ dez
+ nov
+ out
+ set
+ ago
+ jul
+ JUN
+ mai
+ Abr
+ mAr
+ FEV
+ jan

# 2005!
+ deZ
+ nOv
+ ouT
+ seT
+ ago
+ JUl
+ JuN
+ mai
+ aBR
+ MAR
+ fev
+ JAn

# 2004
+ dEZ
+ nOv
+ OuT
+ seT.
+ AgO.
+ JuL.
+ JuN.
+ MaI.
+ AbR.
+ MaR.
+ FeV.

# 2003
+ DeZ.
+ NoV.
+ OuT.
+ SeT.
+ AgO.
+ JuL.
+ JuN.
+ MaI.
+ AbR.
+ MaR.
+ FeV.
+ JaN.

# 2002
+ DeZ.
+ NoV.
+ OuT.
+ SeT.
+ AgO.
+ JuL.
# Fase Racional







20050119



Das buscas, pipocas que estouram sem fazer barulho e pessoas que usam o suicídio como fuga


Aquilo foi como morrer. Tinha o senso do perigo, tinha o frio na barriga, tinha curiosidade pertubadora e a vontade de chegar lá em baixo. A visão derradeira, as cenas em flash-back, pessoa apreensivas em volta e a certeza incorrompível de ter tomado um caminho sem volta. Aquilo era sim a morte. Com funeral e tudo. Tudo agora de mim dependia. O cume, o olhar dos que ficavam e o verde-imã do mar. Eu sabia que um impulso bastava.

Eu sabia que um impulso bastava, um impulso e o fim do marasmo, um impulso e estava eu no ar em ato explícito de queda livre. E de repente era água chegando, e o pescoço tenso, e o corpo em arco, e a água em gelo e o mar. Por fim o mar. E eu estava livre sem saber, num mar onde se quer sabia nadar. E eu não sabia, como quase nunca sei.

E eu não sabia, como quase nunca sei. Sou tomado dessas ignorâncias que trazem paz, dessa alienação necessária, desse estado de não saber nada nem esperar qualquer porvir. Eu sou o momento. Esse agora que empurra teclas para baixo. esse que gruda olhos na tela fria e desperta dúvidas nos sentidos dos que acaso lêem. O momento. Sem objetividade ou pseudo-intenções. Ter só o agora como norte. É bom não planejar.

É bom não planejar. Amanhã não sei se estarei. Estou agora. Íntegro, em plena ebulição, em deliberado ato de ser esse estado de coisas. Sem buscar deus ou mesmo Deus – o todo tenebroso. Nada busco além de sono tranqüilo, água fresca, pão honesto, pé descalço e quem sabe você, nega, para rainha do meu carnaval. Mas deixo fluir, deixo estar, ando de coletivos, contemplo paisagens e outras abstrações. Nada além do que se vê.

Nada além do que se vê. Só a cara se enfiando na água, o corpo retesado reconhecendo a água fria, a alma se banhando, os orixás me banhando, eu voltando ao começo, um bater de pernas, um flutuar sem fim, retornar à praia, uma determinação que não era minha e na cabeça um mantra. Eu não sei nadar.

Eu não sei nadar, e esse mar é fundo, eu não sei nadar e a praia é longe, eu não sei nadar e o sol brilha em minha cara, eu não sei nadar e viver faz diferença, eu não sei nadar e minha história apenas começou, eu não sei nadar há peixes grandes passando por mim, eu não sei nadar e à noite tem festa, eu não sei nadar e ontem vi discos voadores, eu não sei nadar e quantas mulheres ainda há por conhecer, eu não sei nadar e na praia me esperam, eu não sei nadar mas só saio daqui quando quiser.

Eu não sei nadar mas só saio daqui quando quiser. E sei que o mundo é grande demais para gente pequena como você, a moça que vê novela e eu. O tempo é longo para pessoas pequenas. Os saltos são rápidos para quem tensiona apreciar paisagens. Não deve haver qualquer graça em suicídios – subterfúgios supérfulos, imediatismos hedonistas – e entre o parto e a morte, há infidáveis dias de: elucubrações, auto-sabotagens, brigas em filas de supermercados e pipocas que estouram sem fazer barulho.



Inventado por: Henrique Neto às 22:35 | Link |





































blogchalk: Henrique /Male/26-30. Lives in Brazil/Sao Paulo and speaks Portuguese. Spends 70% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection.


































































Tá procurando o quê aqui embaixo???
Rá lá pra cima