Tv para quê?
Na minha casa não tem tv, e isso já faz bons três anos. Foi uma decisão radical, sei, mas queria experimentar viver sem esse bichinho que puxa a gente como um imã. E quer saber? É ótimo. Hoje, tal como os ex-dependentes químicos, estou totalmente limpo dos resíduos deixados em minha mente pelos seus raios catódicos.
O maior incômodo de não ter uma tv é o dos outros. As pessoas se assustam ao chegar em casa e não verem a danadinha repousando na sala, ou ao pé de minha alcova. Perguntam se estou desempregado, se fui roubado ou que outra razão – religiosa? – me impede de ter uma tv.
Percebi que ganho em não tê-la, sabia? Primeiro porquê não preciso gastar com assinatura de tv a cabo, depois que tenho mais tempo para andar de bicicleta, namorar, ler, ligar para os parentes distantes, sair com os amigos (eles devem ter notado que desde então eu os tenho importunado com muito mais freqüência que fazia antes, mas acho que eles suportam) ou até mesmo fazer nada.
Para me manter informado, assino um jornal, compro muitas revistas durante o mês e tenho internet com banda larga. E isso basta! Já muita informação para ser digerida.
Faz falta, claro, não poder ver filmes em casa, por exemplo. Mas até esse problema resolvi comprando um tocador de DVD pro meu computador. Ou seja, a tv não faz mais falta mesmo.
Descobri esses dias que há uma ONG gringa – TV Turn Off – que prega a pais e professores, que incentivem as crianças a irem mais à rua brincar, ou ainda que leiam histórias para elas, evitando assim que elas passem tanto tempo em frente a caixinha preta.
Não acho, contudo, que o fato de não ter uma tv, me deixe em uma posição superior a de nenhuma outra pessoa. Trata-se apenas de uma escolha consciente que começou em tom de bincadeira, e agora virou uma agradável realidade.
Porquê você também não esperimenta?
Inventado por: Henrique Neto às 19:56 | Link |
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