O momento seguinte
Você saberá de quem falo. É você a protagonista dessas linhas.
Desde o momento em que veio até à sala de espera vestida de elegância, você já sabia que me queria. Sabia que, apesar do terno e do gel bem intencionado, quem estava ali era um safado, louco para voar no seu cangote e te desmaquiar inteira. Eu, óbvio demais, reparei em teu rabo, no teu jeito e não hesitaria em te dar uns arrochos ali mesmo, em pleno escritório pseudo moderninho
Você sabia que dali a dois dias, reinaria absoluta em minha cama e tomaria de assalto essa casa tão cheia de histórias, dessas que não se publicam em diários virtuais pela internet à fora. Você me faria cativo e tomaria seu café com adocyl pelas manhãs, cuidadosa para não manchar seu terninho.
Que eu ia deixar o meu cabelo grande, pagar a conta de luz e comprar flores para você no sábado, tudo isso para te agradar. Sabia também que eu ia te pedir cinco filhos apenas, mão no peito enquanto durmo e um livro raro que não acho em canto nenhum; e que aos poucos, parece que íamos preenchendo espaços na casa. Você ia joga no ar risos, incensos da Índia e uma leveza que eu havia esquecido existir.
E quando eu andasse pela rua, você, desde então, sabia que eu ia dissimular sorrisos das pássaras vadias, fingir gostar da possibilidade que se desnudava, mas o que queria mesmo era chegar em casa para te aninhar em meus braços.
Você, quem a cada dia parece se encaixar mais perfeita em mim. Você, que desde o primeiro momento em que me viu sentado naquela sala vazia, sabia que era em mim em quem você ia querer cavalgar tranqüila pelas noites a dentro.
Inventado por: Henrique Neto às 21:07 | Link |
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