The Infinite Sadness
Tomada de uma beleza ímpar essa frase dá título a um disco do Smashin Pumpkins – Melancholy & The Infinite Sadness para ser mais exato – mas pode facilmente se aplicar à vida de qualquer pessoa. A sentença 'A tristeza infinda' encerra em si a beleza e o peso de ser o que é e muito por isso, não titubeei ao tomar bela expressão de assalto.
O estado de 'melancholy & infinite sadness' não chega a ser a clausura nem flerta com o suicídio, não tem a tristeza nos domingos ensolarados como meta, nem tampouco a predileção pelo lago negro da vida, é só uma condição, um ângulo por onde se percebe o mundo. Quem vive neste estado de coisas não padece do mal da auto-comiseração, apenas pratica uma forma oblíqüa de encarar as ensolaradas manhãs tropicais.
Praticante do 'melancholy & infinite sadness' vive a olhar o mundo pelo buraco da fechadura, se alarma com as letras negaras no jornal, chora quando está só, mas também sabe rir e fazer os outros rirem. É bom contador de anedotas, levanta a moral da galera, atrai audiência como imã, mas bem lá atrás – alí pelos lados da sétima cortina –, possui a leveza do paladar do triste. Estamos agora, minha nega, entrando no rarafeito mundo das delicadezas esquecidas.
Você pode achar que isso não cai bem para um rapaz tão jovem, que há uma vida pulsante aqui abaixo da linha do Equador, que não há mal que o Carnatal não cure mas, diante de teus olhos te digo: há de ser culpa de outrem, ainda que seja da genética, dos pais, da dialética niilista ou quem sabe até, desse senhor que a toda hora pede a palavra nas famigeradas comissões de inquéritos.
Há de se analisar o caso com mais carinho.
É assunto que dá pano para as mangas e babados do seu vestido. Deve-se visitá-lo em pequenas doses diárias para não se fazer mau juízo. Tente começar com cinco minutos diários e ao longo do tratamento, aumente a dosagem. Mas se ainda assim você achar que não vai conseguir, abandone o tema por algumas semanas e vá às compras em algum lugar "in" da cidade.
Haja com cautela porque tem horas, que é melhor não forçar a natureza.
Inventado por: Henrique Neto às 01:14 | Link |
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