De Antonio Prata (publicado na Capricho):
Força, Margareth!
Branca de Neve, 63 anos, está morando nos subúrbios de Miami desde o final da década de 80. Ainda conserva as bochechas rosadas de antigamente, embora a implacável ação do tempo e algumas plásticas mal-sucedidas tenham tirado a maciez da juventude. O negro dos cabelos continua igual, e ela nega usar qualquer tintura. “Só faço hidratação e, ultimamente, escova progressiva. A cor é a que Deus me deu”.
Não foi fácil convencer Branca a dar a entrevista. Só topou conversar com a Capricho depois que o Tato e a Brenda escreveram, dizendo que não publicaríamos nada que ela não autorizasse. Uma carta dos três porquinhos, dizendo que já haviam participado da sessão “Estive Pensando”, sem danos às suas imagens, também foi de grande ajuda. Vamos à entrevista, concedida por telefone.
Em primeiro lugar, Branca de Neve, esse é seu nome mesmo? Ninguém se chama Branca de Neve, né? Meu nome é Margareth Wilson McBright. McBright por parte do meu ex-marido.
O príncipe? Prícipe? Ha! Ha! É impressionante como as pessoas acreditam nos contos de fadas. Bom, eu também, no início, acreditei, só porque ele chegou à cavalo. Ele era um cafa ridículo. Queria era pegar todas dos contos de fada. No primeiro ano de namoro, deu em cima de todas as minhas amigas: Cinderela, Bela Adormecida, Rapunzel. Até nas fadas madrinhas ele passou umas cantadas.
Nossa! E aí, você se separaram? Sim, já faz mais de dez anos. Há cinco anos me casei com um dos caçadores que mataram o lobo mal. O Brian. Tudo ia bem, mas há uns meses ele foi processado pelo Greenpeace e está cumprindo cinco anos de cadeia.
Nossa, Branca, sua vida foi difícil, né? Muito. Não é fácil ser ex-personagem de contos de fadas. Você tem toda aquela exposição por um tempo, mas depois te esquecem e você é trocada por um Schrek, um Toy Story qualquer. É triste.
E por que você foi para os EUA? Nos anos oitenta, vim pra cá fazer uma plástica, arrumei uns freelas em publicidade e acabei ficando. Fiz muita propaganda de sabão em pó. Ganhei algum dinheiro até.
E quais os planos para o futuro? Estou pensando em abrir uma escolinha ensinando jovens a fazer carreira em conto de fada. Dar uma orientação, ver quem tem mais jeito pra princesa, quem daria uma boa fada, uma madrasta, essas coisas. Tem muita menina talentosa aí, elas só precisam de orientação.
* * *
Fizemos mais algumas perguntas, principalmente sobre um suposto processo que os sete anões estariam movendo contra Branca de Neve, à respeito de direitos autorais. Ela não quis responder e desligou o telefone bruscamente. Correm em Miami boatos de que Branca esteja muito deprimida e que sofre a tragédia do alcoolismo. A reportagem da Capricho torce para que sejam mentiras infundadas e que nossa querida Branca volte a ser valorizada como um dia já foi. Força, Margareth!
Inventado por: Henrique Neto às 13:39 | Link |
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