La noche con el Rey
Um show de Roberto Carlos é uma oportunidade para resgate do romantismo. Nessa carinhosa relação não há decepções, pois o público sabe exatamente o que está comprando e ele, o Rei, não se faz de rogado e entrega o prometido. Ah, se todas as histórias de amor fossem assim, fofinhas...
Gravação do especial de fim de ano do Rei da Rede Globo, e na platéia – VIP é bom que se registre – esse potiguar que vos escreve com os olhos ainda embotados de sono. O agreste norte-rio-grandense estava devidamente representado, só faltou plaquinha de "mãe, tô na Globo!".
O repertório foi um alento para a platéia que esperou (quase) pacientemente o show começar (fez-se certo muxoxo, é verdade), após duas horas de atraso. O rei tocou violão em Detalhes, piano numa baladinha para sua "Maria", ensaiou um roque mais agitadinho com o pessoal do Jota Quest, cantou Elvis em inglês e ainda fez dupla com Claudinha Leitte (vocalista do Babado Novo). Mas entre tantos números musicais, o que disputava a atenção, era a breguice à moda paulistana (desculpe o trocadilho).
Quando eu morava lá em Espírito Santo/RN – nome fantasia da Terra Santa –, pensava que a cafonice era propriedade exclusiva dos interioranos. Ledo engano, o ser humano é ridículo em qualquer parte mesmo. Nunca vi tantos brilhos, plumas, lantejoulas, chapinhas, afetações fashionistas e variações desse mesmo tema. As senhouras da platéia pareciam ter começado a se preparar para o show, desde segunda-feira passada. Tanta cafonice junta não poderia dispensar a presença de Hebe, que estava lá abençoando àquele estado de coisas e paetês. Os painéis de projeção do palco não brilhavam tanto quanto o vestuário da galera, esses certamente ganhavam com larga folga.
Claro que numa ocasião como essas, não poderiam faltar os empolgados e seus famigerados celulares, ligando para qualquer conhecido que por azar estivesse acordado àquela hora da madrugada, só para dizer: - advinha onde estou?
Deixando o fuxico de lado, recomendo a todos para irem ver o Rei cantar. O cara além mandar bem, ainda faz a gente curtir uma catarsezinha coletiva devidamente acompanhado.
Inventado por: Henrique Neto às 15:03 | Link |
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