Il dolce far niente
O jet set paulistano está decepcionadíssimo com os últimos acontecimentos na cidade. É que desde segunda-feira, estão impossibilitados de cumprir suas exaustivas agendas de festas. Eventos, na verdade (quem é fino por essas bandas não freqüenta festas, mas 'evêiiintos').
A situação está tão complicada, que faz chorar até os de corações mais enfurecidos. É de dar pena ver quilos de arranjos de flores jogados no lixo, garrafas de espumantes em degelo, a criadagem levando para casa todo o fois gras para evitar o desperdício, vestidos recém comprados na Daslú abandonados na frieza dos closets e hordas de quatrocentões enclausurados, curtindo o tédio do dolce far niente.
"Essa gente do PCC é mesmo muito deselegante. Onde já se viu causar um basfond desses na cidade!? Pobre a-do-ra uma barraco, já dizia a mamãe". Declara uma jovem de quatro sobrenomes e quinhentos e trinta e dois vestidos, fatigada com a alteração do calendário de festas na cidade.
Os colunistas estão arrancando cabelos com a falta de festas, digo... 'evêiiintos' para comentar. Se a situação não se normalizar logo, o jeito vai ser cobrir o dia-a-dia de Marcola no presídio, seus banhos de sol, especular acerca de sua nova namorada e quiçá, convidar 'o jovem' (ah, esse linguajar da mídia especializada nos 'assuntos de foro íntimo'!) para passar o fim de semana no castelo de Caras.
Inventado por: Henrique Neto às 14:44 | Link |
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