Página inicialPágina inicialPágina inicial

Click e veja a previsão do tempo em São Paulo-SP
São Paulo - Brasil






















Ei, assine meu livro de visitas!


 

Terra Santa
Blog do Mirandsa Sá
flickr
Orkut






# 2006!
+ dez
+ nov
+ out
+ set
+ ago
+ jul
+ JUN
+ mai
+ Abr
+ mAr
+ FEV
+ jan

# 2005!
+ deZ
+ nOv
+ ouT
+ seT
+ ago
+ JUl
+ JuN
+ mai
+ aBR
+ MAR
+ fev
+ JAn

# 2004
+ dEZ
+ nOv
+ OuT
+ seT.
+ AgO.
+ JuL.
+ JuN.
+ MaI.
+ AbR.
+ MaR.
+ FeV.

# 2003
+ DeZ.
+ NoV.
+ OuT.
+ SeT.
+ AgO.
+ JuL.
+ JuN.
+ MaI.
+ AbR.
+ MaR.
+ FeV.
+ JaN.

# 2002
+ DeZ.
+ NoV.
+ OuT.
+ SeT.
+ AgO.
+ JuL.
# Fase Racional







20061020






No pote


Começo esse texto por uma dúvida estética: que nome usar para falar de 'punheta'? 'Masturbação' parece termo jurídico, enquanto 'siririca' remete mais a um desarranjo no intestino que ao ato solitário do onanismo. 'Bronha' também não soa legal, parece nome de doce de padaria, enquanto as demais alegorias fartamente ofertadas beiram o pueril. Acho que vou optar por punheta mesmo, sem as aspas e tudo. Me parece bem mais sóbrio.

Esse imbróglio todo só para dizer que a gente – olha aí o truque da terceira pessoa para despistar o foco – quando está quieto, sempre dá um jeito de arruma problema para se entreter. Pego o livro do convênio médico, vou à sessão de urologistas e entre piadas prontas, como a do doutor de sobrenome 'Pinto', acho o médico para fazer um exame de rotina.

Chego ao consultório na hora marcada e a recepcionista, com ar maroto – aliás, incrível como todo mundo que trabalha no ramo tem um sorrisinho à Monalisa – me encaminha à sala do médico. A sala é aparelhada com fotos da família do médico. Ele me pede de maneira protocolar para que me deite numa maca enquanto me examina. Apalpa meu pau daqui, aperta minhas bolas de lá, pede para eu assoprar contra as costas da mão enquanto prendo o ar e, bingo! Acha o que eu procurava: uma hérnia discreta e varizes na região escrotal. Mas como nos dias que correm médico algum sustenta o que diz, lá vou eu fazer ultra-sonografia do saco e das regiões marginais para confirmar o que o velhinho já havia prognosticado.

Exames a mão, volto ao consultório da recepcionista de sorriso enxeridinho. Já na sala do médico, ele com dedo na posição de L apoia o queixo enquanto faz cara de conteúdo para me dizer num tom grave de tenor de ópera:

- Tem que operar. Da hérnia e das varizes! De uma por que pode romper a qualquer momento e você ter que ser operado às pressas, da outra porque pode afetar sua capacidade de ter filhos.

Aqui uma pausa: dentre as mais pesadas notícias que um homem pode ouvir, a ínfima possibilidade de não poder ter filhos é a pior delas. E ouvir isso de um médico escroto o suficiente para remendar a notícia com um comentário do tipo: 'não sei se isso é importante para você, mas...', é digno de se puxar o revolver e descarregar todinho na cara do filho-da-puta.

Mas baixemos as armas. Ao menos por enquanto.

Não satisfeito com o meu calvário, o velhinho me manda a outro laboratório. Dessa vez para botar minha gala num potinho para ser examinada.

Depois de cinco dias de total abstinência, eu já estava tendo fantasias até com pote de manteiga. Chego ao laboratório e de novo todos os funcionários são protocolares, apesar de cultivarem o sorrisinho à la Gioconda. Entro numa sala de paredes de tons pastéis e junto entra uma enfermeira que não me olha na cara, mas me diz com firmeza para eu 'higienizar a área, colher o material no potinho, e apertar um interruptor vermelho SOMENTE depois que estiver vestido e sentado'. Dentre expressões horríveis como 'higienizar a área', a parte que de fato me intrigou foi a obrigatoriedade de me manter sentado quando ela retornasse. Como incentivos ao processo, na sala/punhetódramo tinha uma TV ligada a um vídeo cassete, uns filminhos de sacanagem e umas revistinhas idem, mas já bem rotas. Na secura que eu estava ainda que me dessem a Bíblia Sagrada, seria capaz de ficar de pau duro para extrair quantos potinhos de gala fossem preciso.

Agora que meus filhos potenciais estão aprisionados dentro de um potinho de aparência duvidosa numa geladeira de laboratório qualquer, tenho que aguardar mais alguns dias até saber que bicho vai dar.

Se você ficou curioso para saber o resultado, imagine eu que sou o dono.




P.S.: Os personagens dessa história fictícia são todos reais.





Inventado por: Henrique Neto às 09:17 | Link |





































blogchalk: Henrique /Male/26-30. Lives in Brazil/Sao Paulo and speaks Portuguese. Spends 70% of daytime online. Uses a Fast (128k-512k) connection.


































































Tá procurando o quê aqui embaixo???
Rá lá pra cima