Soneto de véspera
Quando chegares e eu te vir chorando De tanto te esperar, que te direi? E da angústia de amar-te, te esperando Reencontrada, como te amarei?
Que beijo teu de lágrimas terei Para esquecer o que vivi lembrando E que farei da antiga mágoa quando Não puder te dizer por que chorei?
Como ocultar a sombra em mim suspensa Pelo martírio da memória imensa Que a distância criou - fria de vida
Imagem tua que eu compus serena Atenta ao meu apelo e à minha pena E que quisera nunca mais perdida...
Vinicius de Moraes, num desses sonetos que pegam a gente de jeito.
Inventado por: Henrique Neto às 15:18 | Link |
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