Quando fevereiro chegar


Era para ser um texto eloqüente, desses com título curioso, argumentos interessantes e um final que remetesse o leitor ao título num desses links bem manjados. Tinha a idéia principal, o desenrolar e uma ou outra abstração para preencher o tempo. Era um texto até que bem sacado, me diriam depois numa roda de cerveja, mas as urgências cotidianas e o excesso de realidade botaram ele para correr na base do chute.

Janeiro se arrasta esperando o carnaval chegar. Os bares são portos para essa gente que finge trabalhar o dia todo. O ar está impregnado por uma sensação de feriado, como se o mundo estivesse com o freio-de-mão puxado. Janeiro é sempre estranho para quem está longe do mar e aqui em São Paulo de Piratininga, o trânsito, outdoors pintados de branco, as enchentes e todas as manchetes dos jornais parecem uma grande ficção barata.

Mesmo sabendo que não, parece que hoje é um daqueles dias de ressaca tirana.

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